Jornal Estado de Minas

CARACAS

Capriles denuncia 'dispersão mortal' na oposição venezuelana e pede união

O líder opositor e duas vezes candidato à Presidência da Venezuela, Henrique Capriles, pediu nesta quarta-feira (20) que se ponha fim à "dispersão mortal" dentro da oposição e que a mesma se una, visando as eleições regionais de novembro.



"É preciso unificar o voto da oposição A dispersão do voto está sendo mortal. Não podemos deixar de unir nossas forças", disse Capriles em uma coletiva de imprensa em Caracas, apelando aos candidatos opositores com menos apoio nas pesquisas que desistam em favor dos que estão melhor posicionados.

"Se já se sabe quem está em primeiro, quem está em segundo está esperando o quê para apoiar quem está em primeiro? O ego é mais importante?", questionou o político de 49 anos. "O que está em segundo tem que apoiar o que está em primeiro".

Capriles perdeu para Hugo Chávez nas eleições de 2012 e, um ano depois, após a morte do então presidente, foi derrotado por Nicolás Maduro por uma margem pequena de votos.

"Depois de 22 anos não aprendemos nada?", questionou, ao lembrar o tempo em que o chavismo está no poder. "Para quê estamos jogando? Qual é o jogo? Favorecer o governo ou fortalecer uma opção de mudança que pode crescer e recuperar a ferocidade que tínhamos?", frisou.



O dirigente também lembrou o triunfo de 2015, quando a oposição, com uma plataforma unificada, obteve um grande triunfo eleitoral que lhe rendeu a maioria no Parlamento. "Em 2015, éramos milhões e vencemos".

Os principais partidos de oposição na Venezuela romperam com três anos de boicotes eleitorais e decidiram participar nas eleições para prefeitos e governadores previstas para 21 de novembro, em meio a negociações internas que incluíram uma mudança na diretoria do Conselho Nacional Eleitoral e a presença de observadores internacionais, como a União Europeia, que volta a acompanhar um processo eleitoral no país depois de 15 anos.

Contudo, ainda existem fraturas importantes dentro da oposição, que não consegue chegar a um consenso para apresentar candidaturas únicas.

Sem unidade, "o que vai acontecer? Sejamos honestos", perguntou Capriles. "Vai ganhar o PSUV ", respondeu.

audima