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Estado de Minas WASHINGTON

O direito ao voto, tema de uma dura batalha no Congresso dos EUA


20/10/2021 18:58 - atualizado 20/10/2021 19:03

As eleições americanas de 2020 tiveram a maior participação em mais de um século, apesar da pandemia devastadora e dos esforços do então presidente, Donald Trump, e seus aliados por minar a confiança no sistema de votação.

Apesar da grande disputa, aquela eleição foi considerada a mais segura da história dos Estados Unidos. No entanto, vários estados do país passaram meses aproveitando as falsas afirmações de Trump de que foi uma eleição roubada para introduzir leis restritivas que, segundo os opositores, são um ataque aos direitos ao voto.

As restrições têm alarmado ativistas dos direitos civis e levaram o presidente Biden a emitir nesta quarta-feira um pedido especial, justamente quando os senadores votavam contra debater o tema.

"O Senado dos Estados Unidos deve agir para proteger o sagrado direito constitucional ao voto, que está sendo atacado de forma implacável pelos defensores da 'Grande Mentira' e os governadores republicanos, secretários de estado, procuradores-gerais e legislaturas estaduais em todo o país", pedu em um comunicado.

"É urgente. A democracia, a própria alma dos Estados Unidos, está em jogo", acrescentou.

Na Geórgia, as pessoas que entregam bebidas e sanduíches aos eleitores que esperam na fila agora podem ser acusadas criminalmente. Em Iowa e Kansas, as pessoas que devolvem cédulas defeituosas em nome dos eleitores portadores de deficiência podem ser processadas judicialmente.

O Texas proibiu o voto de carros e o dia de votação durante as 24 horas, assim como a promoção da votação por correio por funcionários eleitorais. Leis similares em mais de uma dezena de outros estados dificultam a vida dos eleitores, reclamam os ativistas.

"Estas leis estaduais frequentemente têm como objetivo prejudicar as comunidades historicamente subrepresentadas, inclusive as comunidades de cor, assim como os eleitores de baixa renda e as pessoas portadoras de deficiências", avalia o Center for American Progress.

- Reformas radicais -

Mais de 425 projetos de lei com dispositivos que restringem o acesso ao voto foram apresentados em 49 estados nas sessões legislativas de 2021, segundo o Centro de Justiça Brennon, de tendência liberal.

No começo de outubro, pelo menos 19 estados tinham assinado 33 leis que restringem a votação, informou a organização.

Os democratas no Senado tentaram iniciar um debate nesta quarta-feira sobre a Lei de Liberdade de Voto, um pacote amplo de reformas eleitorais. Mas os 50 republicanos se opusera, o que significa que o projeto de lei foi enterrado.

"Não se enganem", alertou o líder da maooria do Senado, Chuck Schumer, após a votação. "O bloqueio dos republicanos do Senado hoje é um apoio implícito às novas e horríveis leis de supressão de eleitores e subversão eleitoral, impulsionadas nos estados conservadores de todo o país".

Os líderes republicanos no Congresso argumentam que, embora seja possível que as últimas eleições não tenham sido roubadas, as novas leis incluem medidas usuais em muitos países, como apresentar identificação com foto.

"Os democratas argumentam que (a fraude) não acontece. Bom, não acontece com muita frequência porque os estados têm ferramentas como pedir uma identificação com foto, eliminação de pessoas mortas das listas", entre outras, disse o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell.

"Estas são disposições administrativas normais das quais nossos amigos democratas gostariam de se desfazer", acrescentou.

A legislação proposta buscava fundamentalmente reduzir a influência do dinheiro na política, pôr fim à manipulação partidária e fortalecer as eleições contra a interferência estrangeira.

No entanto, não tinha os 60 votos necessários.

- A "grande mentira" de Trump -

As eleições nos Estados Unidos são administradas localmente e os republicanos tendem a ver uma extrapolação federal em Washington quando se diz aos estados como realizar as eleições.

No entanto, Trump tem feito precisamente isso durante mais de um ano.

Inclusive antes de Joe Biden derrotá-lo e sem a menor evidência, o republicano se envolveu em uma cruzada para convencer milhões de americanos de que as eleições de 2020 tinham sido fraudadas.

Ao pressionar os funcionários eleitorais de vários estados a invalidar os resultados, Trump divulgou teorias da conspiração em uma tentativa de fomentar uma revolta fervorosa contra sua suposta derrota, que culminou com a insurreição de 6 de janeiro.

Biden foi devidamente empossado como o 46º presidente dos Estados Unidos, mas a chamada "Grande Mentira" de Trump funcionou a longo prazo.

Mesmo depois de que milhares de seus simpatizantes invadiram o Capitólio, sede do Congresso americano, agredindo policiais e fazendo ameaças de morte, 147 republicanos votaram alinhados com os insurgentes sobre a revogação das eleições em alguns estados.

Uma pesquisa do YouGov revelou em agosto que dois terços dos republicanos acreditam que as últimas eleições foram roubadas de Trump, enquanto 75% acreditam que a democracia está sob ataque.


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