"Esta representa a maior emissão de bônus verdes do mundo até hoje", afirmou a Comissão Europeia, acrescentando que a demanda por estes títulos com 15 anos de prazo tinha superado os 135 bilhões de euros.
Segundo a Comissão, o bloco "se tornará o maior emissor de bônus verdes do mundo, proporcionando um impulso significativo aos mercados financeiros sustentáveis e financiando uma recuperação mais ecológica da UE da pandemia".
O Comissário Europeu para o Orçamento, Johannes Hahn, disse a jornalistas que a operação "marca a maior carteira de pedidos de bônus verdes da história nos mercados de capital globais, e o maior bônus verde já emitido, não na Europa, mas no mundo".
A UE tem um plano de emitir até 250 bilhões de euros em bônus verdes até 2026.
Por isso, a Comissão apontou que a colocação dos títulos nesta terça-feira "representa um começo promissor" para o programa europeu deste tipo de bônus.
Este programa deve cobrir aproximadamente um terço do gigantesco plano de recuperação pós-pandemia adotado pela UE no ano passado e que depende da emissão conjunta da dívida dos países do bloco.
Johann Plé, da consultoria AXA Investment Managers, apontou que a oferta da UE "atraiu esta manhã (terça-feira) uma demanda enorme".
"Isso sustenta nossa visão de que a emissão total destes bônus verdes em 2021 será o dobro da registrada em 2020", afirmou.
Os planos para que a UE elabore sua própria lista de fontes de energia consideradas ecológicas - e, portanto, aptas para um financiamento sustentável -, conhecida como a "taxonomia do investimento", estão bloqueados atualmente.
A Alemanha, por sua vez, resiste aos apelos para que a energia seja considerada um investimento ambientalmente adequado, o que reflete sua postura antinuclear.
Mas dez países-membros da UE - inclusive a França, que funciona em grande medida com esta fonte de energia - apoiaram no domingo, em uma declaração, a opção pela energia nuclear, destacando que tem um papel importante a desempenhar na luta contra o aquecimento global.
BRUXELAS