Advogados representantes dos dois países participaram de uma audiência na mais alta corte da UE, em Luxemburgo, em um contexto de evidente escalada de tensões.
A Hungria e a Polônia questionam os regulamentos adotados em 2020 sobre a capacidade da UE de reter a transferência de recursos para países que não cumprem as normas em matéria de independência judicial, liberdade de imprensa e respeito pelos direitos fundamentais, entre outros.
Os dois países, governados por partidos e dirigentes ultraconservadores, têm uma convivência difícil com a UE e buscam que a justiça europeia anule o chamado "mecanismo de condicionalidade".
Sylvia Zyrek, uma advogada da Polônia, disse durante a audiência que "o regulamento viola os tratados [constituintes da UE] e deve ser anulado inteiramente".
Por sua vez, o advogado húngaro, Miklos Zoltan Feher, destacou que este mecanismo é desnecessário uma vez que "o quadro jurídico existente já é capaz de proteger o orçamento" do bloco europeu.
A decisão do tribunal europeu pode demorar meses, mas os países da UE decidiram suspender provisoriamente o mecanismo de condicionalidade, esperando o resultado.
A Comissão Europeia bloqueou os planos nacionais de recuperação pós-pandemia apresentados pela Polônia e pela Hungria, por não terem proporcionado melhores garantias em questões relacionadas ao Estado de direito.
As audiências começam uma semana depois de uma decisão da mais alta corte da Polônia - com juízes em sua maioria nomeados pelo partido conservador no poder - afirmar que a constituição do país tem precedência sobre certas leis da UE.
LUXEMBURGO