O filho mais velho da rainha Elizabeth II e herdeiro da coroa britânica participará da COP26, organizada em novembro na cidade escocesa de Glasgow, junto com sua mãe, de 95 anos.
Em entrevista à rede BBC nesta segunda-feira (11), o príncipe disse que "entende" a frustração de ativistas, como a sueca Greta Thunberg, que acusa os políticos de permanecerem impassíveis à emergência climática.
"Todos esses jovens acham que nada acontece, então é claro que ficam frustrados", afirmou o príncipe, de 72 anos.
Ele também disse entender por que grupos ambientalistas, como o Extinction Rebellion (XR), protestam e bloqueiam estradas, ações reiteradamente condenadas pelo governo britânico.
"A dificuldade está em como lidar com essa frustração de forma construtiva, e não destrutiva", sugeriu.
Charles teme que os líderes mundiais reunidos para a COP26, a partir de 31 de outubro, em Glasgow, "limitem-se a falar", em vez de tomarem medidas para reduzir drasticamente suas emissões de gases de efeito estufa.
O primeiro-ministro Boris Johnson conversou com seu homólogo indiano, Narendra Modi, nesta segunda-feira, instando-o a fazer mais para reduzir as emissões.
A Índia é o terceiro país do mundo que mais emite gases de efeito estufa e depende do carvão para quase 70% de sua geração de eletricidade. Resiste a definir uma data para sua neutralidade de carbono, argumentando que a responsabilidade recai sobre os países mais ricos com as maiores taxas de emissão per capita.
Johnson "ressaltou a importância de se fazer progressos concretos na mudança climática" em Glasgow, relatou Downing Street.
"Ele observou que a Índia já é um líder mundial em tecnologia renovável e expressou esperança de que se comprometa com uma contribuição nacional mais ambiciosa", acrescentou.
Desde que os Acordos de Paris sobre o Clima foram assinados em 2015, a transição para economias mais limpas progrediu muito lentamente no sentido de limitar o aquecimento global a +2°C, e muito menos a +1,5°C, em comparação com o final do século XIX.
O impacto será "catastrófico", se não forem tomadas medidas ambiciosas, advertiu Charles, contando que ele próprio deixou de comer carne e peixe dois dias por semana.
Disse ainda que seu carro, um Aston Martin que possui há mais de 50 anos, foi modificado para funcionar com "excedente de vinho branco inglês e soro do processo de fabricação de queijo". Ele funciona com uma mistura de 85% de bioetanol, e 15%, de gasolina sem chumbo.
LONDRES