Jornal Estado de Minas

PANAMÁ

Mais de 50 migrantes morreram este ano ao cruzar selva panamenha rumo aos EUA

Mais de 50 migrantes morreram este ano no Panamá ao tentar atravessar a selva de Darien, na fronteira com a Colômbia, em sua busca desesperada por chegar aos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (6) uma instituição do Ministério Público panamenho.



"O Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses do Panamá contabilizou em seus registros 53 casos de mortes de migrantes, em diferentes circunstâncias, ocorridas na província de Darien", disse à AFP o diretor da instituição, José Vicente Pachar.

Esse número supera os de anos anteriores, que ficavam em média entre 20 e 30. Inclusive, "é bem possível que a quantidade de mortos" cresça porque o fluxo de migrantes por Darien "tem aumentado", alertou Pachar.

O estreito de Darien, um corredor de 266 km de selva entre a Colômbia e o Panamá, se tornou uma rota de migração irregular que sai da América do Sul e busca cruzar a América Central e o México para chegar aos Estados Unidos.

Em 2021, passaram por essa floresta virgem de 575 mil hectares mais de 70 mil migrantes, uma cifra quase equivalente à soma dos cinco anos anteriores.

Eles são em sua maioria haitianos e cubanos, embora também haja asiáticos e africanos, que arriscam suas vidas em uma rota sem estradas, onde enfrentam grupos criminosos, animais selvagens - incluindo cobras venenosas - e rios caudalosos.

Ainda que o número de migrantes que passaram pela selva panamenha tenha caído drasticamente durante os primeiros meses da pandemia, o fluxo voltou a aumentar.

Em 24 de setembro, a Procuradoria do Panamá informou sobre a descoberta de dez corpos, entre eles os de duas crianças, presumivelmente migrantes haitianos que morreram durante sua jornada a pé por Darien.

Na terça-feira, o Governo da Colômbia pediu ao Panamá que "facilite" a entrada em seu território de migrantes menores ou mulheres grávidas para que evitem a arriscada passagem clandestina por Darien.

No município colombiano de Necoclí, noroeste do país, cerca de 20 mil migrantes, a maioria haitianos, estão esperando para embarcar com destino ao Panamá.



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