As investigações realizadas ao longo de oito meses por jornalistas de sete países e oito meios de comunicação diferentes revelaram um "sistema" liderado por "unidades especiais", que muitas vezes escondem a identidade nos uniformes e cobrem o rosto com balaclavas, segundo o semanário alemão Der Spiegel.
"Eles geralmente operam em segredo e são pagos por cidadãos europeus", acusou a publicação postada na Internet na noite desta quarta-feira.
A investigação foi uma colaboração com a televisão pública alemã ARD, o diário francês Libération, a mídia croata e sérvia e a plataforma investigativa holandesa Ligthouse Reports.
O Der Spiegel descreve 11 vídeos que mostram homens espancando migrantes na Croácia antes de expulsá-los para o outro lado da fronteira, com a Bósnia-Herzegovina.
Seis policiais croatas confirmaram à revista que as imagens são de membros de uma unidade especial da polícia.
As autoridades croatas batizaram a operação de expulsão de migrantes de "Operação Corredor".
Outros vídeos e testemunhos apontam para unidades da guarda costeira grega encarregadas de interceptar requerentes de asilo em navios no Mar Egeu e deixá-los à deriva em botes salva-vidas.
Não houve resposta dos governos da Croácia e da Grécia às perguntas dos jornalistas sobre a investigação.
"Longe de serem alguns agentes que se excedem, essas expulsões revelam uma estratégia estabelecida pelos Estados, cujas forças policiais recebem apoio financeiro da UE", afirmou o Libération.
A investigação incluiu "evidências visuais" de drones, câmeras térmicas e câmeras de caça ativadas remotamente.
A Amnistia Internacional disse que é "alarmante que a Comissão Europeia continue a fechar os olhos às violações flagrantes da lei europeia e até continue a financiar operações policiais e fronteiriças em alguns destes países".
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BERLIM
Migrantes são alvos de expulsões ilegais e violentas nas fronteiras europeias, aponta investigação
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