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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

Ítalo-sueco Staffan de Mistura é nomeado novo mediador da ONU para o Saara Ocidental


06/10/2021 15:36

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou nesta quarta-feira (6) a nomeação do ítalo-sueco Staffan de Mistura como seu enviado pessoal ao Sahara Ocidental após uma oposição inicial de Marrocos.

De Mistura substitui o alemão Horst Köhler, que encerrou seu mandato em 22 de maio de 2019 por motivos de saúde.

O novo enviado será responsável por trabalhar com todos os interlocutores relevantes, incluindo países vizinhos e outras partes interessadas, disse a ONU em um comunicado.

Em seus mais de 40 anos de experiência na diplomacia, De Mistura, de 74 anos, já foi enviado especial das Nações Unidas para a Síria (2014-2018) e representante especial do Secretário-Geral da ONU no Iraque (2007-2009) e no Afeganistão (2010-2011).

Marrocos se opôs à nomeação de De Mistura como o novo enviado do secretário-geral da ONU em maio, mas a forte pressão dos Estados Unidos e da França o teria feito mudar de ideia.

Por sua vez, o movimento de independência da Frente Polisário deu luz verde ao diplomata ítalo-sueco em 29 de abril.

No início de julho, Guterres instou os dois lados a aceitar o novo emissário, o último de uma lista de 13 nomes para suceder Köhler.

Guterres considera que a situação no Saara Ocidental "se deteriorou drasticamente" há um ano, de acordo com um relatório apresentado ao Conselho de Segurança no início de outubro.

Ele atribui isso, acima de tudo, às novas hostilidades entre Marrocos e a Frente Polisário e a pandemia da covid-19.

Os dois fatores "modificaram consideravelmente o ambiente operacional da Minurso (operação da ONU composta por 235 observadores), limitando a capacidade da missão de cumprir seu mandato", afirmou em documento obtido pela AFP.

No seu relatório, o chefe das Nações Unidas lembra que em meados de novembro de 2020 a Frente Polisário anunciou, após incidentes com Marrocos, que já não se sentia comprometida com o cessar-fogo, em vigor desde 1991.

No final de agosto, a Argélia, que apoia a Polisário, rompeu relações diplomáticas com Marrocos, em particular devido à posição deste último sobre o Saara Ocidental.

A questão desta ex-colônia espanhola, que a ONU considera um "território não autônomo" até que haja uma solução definitiva, opõe Marrocos com a Polisário há décadas.

Até agora, todas as tentativas de solução falharam. Desde a renúncia de Köhler, as negociações entre Marrocos, Polisário, Argélia e Mauritânia estão paralisadas.

Rabat, que controla cerca de 80% do território desértico, propõe um plano de autonomia sob sua soberania, mas a Polisário exige um referendo de autodeterminação sob a égide da ONU, conforme contemplado pelo cessar-fogo assinado entre os beligerantes em 1991.


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