Este pacote de medidas, ratificado ao final de tensas negociações entre o Partido Socialista do primeiro-ministro Pedro Sánchez e seu aliado da esquerda radical Podemos, deve ser oficialmente adotado nesta quinta-feira no conselho de ministros.
Representa um "marco sem precedentes na ação legislativa" e "facilitará o acesso à moradia, especialmente para os mais vulneráveis à precariedade", incluindo os jovens, disse Sánchez em um fórum econômico.
No Twitter, a ministra da Igualdade, Irene Montero, membro do Podemos, disse que "a lei forçará os grandes proprietários a baixar os preços abusivos dos aluguéis".
"Moradia pública e proteção contra despejos. Garantir a moradia como um direito e deter os abutres e especuladores", acrescentou.
O governo não especificou, por enquanto, a natureza do mecanismo que vai aplicar para regular os aluguéis ou o tipo de proprietários em questão.
Mas, de acordo com o jornal El País, a medida resultará em uma regulamentação de aluguéis para os proprietários de mais de 10 casas, com base em índices de referência instalados em 2020.
A lei ratifica também a construção de cerca de 20 mil habitações sociais e a reabilitação de bairros inteiros, segundo o executivo, no valor de um bilhão de euros.
Antecipa subsídios para proprietários que aceitem reabilitar suas casas, e ajuda de 250 euros por mês durante dois anos para jovens com recursos limitados.
"No caso das famílias mais vulneráveis, pode ser complementado com mais ajudas diretas para o aluguel de até 40%", afirma o comunicado do governo.
A regulamentação dos aluguéis há muito é exigida pelo Podemos, que condicionou seu apoio ao projeto de orçamento de 2022 a um acordo de seu parceiro socialista para esta medida fundamental.
O governo minoritário de Sánchez terá de negociar com vários pequenos partidos, incluindo os independentistas catalães do ERC, para garantir que o orçamento possa ser votado no Parlamento.
Os preços do setor imobiliário residencial aumentaram durante a crise da saúde na Espanha, devido ao desequilíbrio entre a demanda e a oferta de habitação.
Esta situação levou os habitantes de várias cidades a manifestar-se na primavera para exigir a regulamentação dos aluguéis.
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