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Estado de Minas PANAMÁ

Panamá novamente envolvido em investigação de lavagem de dinheiro


04/10/2021 05:53 - atualizado 04/10/2021 05:55

Um escritório de advocacia do Panamá foi identificado neste domingo (3) como um dos envolvidos na criação de empresas de fachada para esconder dinheiro de grandes figuras públicas, prejudicando ainda mais a reputação do país centro-americano, já implicado nos "Panama Papers".

O "Pandora Papers", uma nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), aponta o escritório panamenho como um dos criadores de sociedades opacas para ocultar ativos. "Quando a elite latino-americana quis esconder sua riqueza, recorreu a esta firma do Panamá", disse o ICIJ em referência à Alemán, Cordero, Galindo e Lee (Alcogal).

De acordo com a investigação, baseada no vazamento de 11,9 milhões de documentos de 14 empresas de serviços financeiros em vários países, companhias fantasmas foram estabelecidas por meio da Alcogal "para 160 políticos e funcionários públicos". Entre essas autoridades, haveria "alguns acusados de saquear seus países".

A Alcogal atendeu, segundo o grupo jornalístico, figuras envolvidas em alguns dos escândalos mais notórios da América Latina, como o esquema de suborno da construtora brasileira Odebrecht, o "saque de bens públicos venezuelanos" e a "Fifagate".

Este escritório teria servido também para a criação de empresas para o rei da Jordânia, Abdullah II, assim como do primeiro-ministro da República Tcheca, Andrej Babis, e do presidente de Montenegro, Milo Djukanovic.

Três ex-presidentes do Panamá - Ernesto Pérez Balladares, Ricardo Martinelli e Juan Carlos Varela - e um de Honduras, Porfirio Lobo, também teriam recorrido à firma.

Varela reconheceu em nota ser acionista da empresa a que está ligado, mas garantiu que ela é "transparente". Por sua vez, Martinelli negou ser cliente da Alcogal e afirmou que o relatório contou com a colaboração de "alguns panamenhos socialmente ressentidos".

A firma de advocacia rejeitou as acusações e anunciou possíveis medidas judiciais para defender sua reputação. "A Alcogal rejeita as conjecturas, imprecisões e falsidades das publicações", disse a empresa, que se ofereceu para cooperar com as autoridades para apurar possíveis irregularidades.

- Outro golpe para o Panamá -

Esta é a segunda vez que um escritório de advocacia panamenho se envolve em um escândalo internacional sobre ocultação de fortunas. Em 2016, o país foi o epicentro dos chamados "Panama Papers", outra investigação do ICIJ baseada no vazamento de 11,5 milhões de documentos da firma Mossack Fonseca, que teve que fechar as portas após o escândalo.

A investigação revelou a ocultação de propriedades, empresas, ativos, lucros e evasão fiscal de chefes de estado e de governo, líderes da política mundial, personalidades das finanças, esportes e artes.

Em nota no domingo, o governo panamenho de Laurentino Cortizo afirmou estar trabalhando para "neutralizar as repercussões negativas de qualquer escândalo tangencial ou conjuntural no qual queiram envolver o país".

Também indicou que entrou em contato com a gestão do ICIJ, a quem solicitou "evitar referências sem justificativa informativa associadas ao país". Segundo o governo, o pedido é feito "sem prejuízo da liberdade de imprensa e informação" e com o intuito de "evitar avaliações sensacionalistas como as que nos causaram grandes prejuízos no passado".

A carta também destacou algumas reformas legais realizadas após os "Panama Papers", embora o país continue na lista de paraísos fiscais da França e da União Europeia.


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