O alto tribunal, que o investigava desde 2013, impôs a Ramos a pena de sete anos e 11 meses de prisão por considerá-lo "responsável do crime de formação de quadrilha com a finalidade de promover grupos armados ilegais", segundo um comunicado enviado à imprensa.
A Suprema Corte estabeleceu que o político se aliou, entre 2001 e 2007, com integrantes do alto comando dos paramilitares, de quem se beneficiou para promover sua carreira política.
Ramos firmou acordos "com comandantes de grupos de autodefesa para receber apoio econômico e em forma de votos" durante suas campanhas ao Senado e ao governo do departamento de Antioquia, no noroeste do país, informou a Suprema Corte.
A Corte detalhou que Ramos "seguirá gozando de sua liberdade até que o recurso" seja julgado.
Luis Alfredo Ramos tem 73 anos e é um dos políticos mais importantes da direita colombiana. Entre 2002 e 2006, ocupou uma cadeira no Senado e chegou a presidir a casa legislativa.
Ramos também é conhecido por ser muito próximo do ex-presidente Álvaro Uribe, e foi pré-candidato presidencial por seu partido, o Centro Democrático, para as eleições de 2010.
Foi governador de Antioquia, tradicional reduto de Uribe, entre 2008 e 2011, e prefeito de Medellín, sua capital, entre 1992 e 1994. Também foi embaixador da Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em uma mensagem compartilhada no Twitter, Ramos alegou sua inocência e afirmou que era "vítima de falso testemunho". O político também anunciou que recorrerá da condenação.
"Minha carreira pública e minha vida profissional de 40 anos, à serviço do país, não serão manchadas por essa decisão arbitrária", escreveu.
Os grupos paramilitares surgiram na Colômbia em meados da década de 1990 para combater as guerrilhas de esquerda, como a antiga FARC e ELN, e são acusados de cometer milhares de crimes.
Dezenas de políticos, a maioria ex-congressistas, foram condenados no país por terem vínculos com esses grupos paramilitares, em um escândalo conhecido como "parapolítica".
A maior parte desses grupos se desmobilizou entre 2003 e 2006, durante um processo de paz impulsionado por Uribe. No entanto, muitas das organizações criminosas que atualmente se dedicam ao tráfico de drogas no país são suas herdeiras.
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