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Estado de Minas GUAYAQUIL

Rebeliões mortais se espalham por presídios da América Latina


30/09/2021 15:12

Após os confrontos entre presos no Equador que deixaram ao menos 116 mortos nesta semana, a AFP repassa as rebeliões mais violentas dos últimos anos nas penitenciárias superlotadas da América Latina.

- As rebeliões mais letais -

Nas últimas três décadas, várias rebeliões foram registradas em presídios nos diferentes países da região, entre elas algumas que superaram uma centena de mortos.

Em 2005, um incêndio destruiu uma prisão superlotada em Higüey, no leste da República Dominicana, depois de uma rebelião que tinha começado ao amanhecer e que deixou 135 mortos.

Em 1994, 121 presos morreram em um incêndio que atingiu três pavilhões durante uma rebelião na prisão de Sabaneta, em Maracaibo, no norte da Venezuela.

Já no Brasil, o episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru terminou com a morte de 111 presos em 1992, quando a Polícia Militar interveio para conter uma rebelião na antiga Casa de Detenção de São Paulo, no bairro do Carandiru, que foi desativada e parcialmente demolida em 2002.

- A 'guerra' no Equador -

Acredita-se que o derramamento de sangre ocorrido na terça-feira (28) em Guayaquil esteja relacionado com a "guerra" entre cartéis mexicanos do tráfico de drogas.

Este é o quinto incidente importante na prisão da principal cidade portuária do Equador em pouco mais de um ano.

No total, aproximadamente 200 detentos morreram por causa da violência nas penitenciárias do Equador neste ano, que se transformaram em um campo de batalha para milhares de presos vinculados aos poderosos cartéis mexicanos.

Além disso, mais de 100 morreram em enfrentamentos em 2020, muitos deles decapitados, e a corrupção também permitiu que os presos tivessem acesso a armas e munições.

O sistema penitenciário do Equador conta com 65 centros prisionais que, somados, têm capacidade para aproximadamente 30.000 internos. No entanto, o país tem uma população carcerária que gira em torno de 39.000, que são vigiados por 1.500 guardas, 2.500 a menos que o mínimo necessário, segundo especialistas.

- Brasil sangrento -

O Brasil, por sua vez, é cenário frequente de rebeliões e possui um longo histórico de motins que resultaram em mortes nas suas prisões superlotadas, que abrigam quase o dobro de presos para os quais foram projetadas.

Com mais de 702 mil presos, o país conta hoje com a terceira maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos.

No fim de maio de 2019, pelo menos 55 presos foram assassinados em várias prisões do Amazonas, que viveu uma onda de rebeliões com guerras entre as facções.

Dois meses depois, outros 57 morreram em um confronto entre os grupos rivais em Altamira, no estado vizinho do Pará.

Já em 11 de abril de 2018, pelo menos 21 morreram em uma tentativa de fuga também no Pará, em um complexo penitenciário situado nos arredores de Belém.

No início de 2017, uma série distúrbios em diversos presídios do país deixaram mais de 100 detentos mortos no espaço de apenas um mês. Muitos foram inclusive decapitados e esquartejados.

- Venezuela -

A Venezuela também tem uma longa e violenta história de rebeliões mortais em suas prisões, e quase se aproxima do espantoso recorde do Brasil, que soma 756 mortes desde 1992.

Em maio de 2020, 47 prisioneiros morreram após um motim causado pela escassez de alimentos em um presídio de Guanare, no oeste do país.

Já em maio do ano anterior, pelo menos 29 detentos morreram em confrontos no complexo penitenciário de Acarigua, também no oeste.

Por sua vez, em 28 de março de 2018 foi registrada uma das piores rebeliões carcerárias da história da Venezuela, com 68 mortos após o incêndio na carceragem da polícia em Valência, no norte do país.

Em agosto de 2017, 37 detentos foram assassinados em uma cadeia no estado do Amazonas, no sul da Venezuela.


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