"Por meio da chancelaria, procedemos imediatamente a um plano de 'Retorno à Pátria' de todos os venezuelanos que estão em Iquique, Chile, perseguidos, atacados pela xenofobia de uma direita pinochetista", declarou Maduro em discurso transmitido pela televisão estatal.
"Essa é a direita pinochetista, xenófoba, discriminatória que persegue nossos irmãos e irmãs!", acusou o presidente venezuelano.
Cerca de 3.000 pessoas protestaram em Iquique no sábado - com bandeiras chilenas e cartazes com slogans anti-imigração - contra a crescente chegada de migrantes à cidade.
Em meio a gritos xenófobos, um grupo queimou pertences de migrantes que acampavam nas ruas de Iquique e que a polícia impediu de serem espancados pela multidão.
O protesto em Iquique ocorreu depois que, na sexta-feira, a polícia despejou uma praça onde famílias de migrantes com crianças, em sua maioria venezuelanas, acampavam em meio à crescente crise migratória naquela área.
Maduro indicou que ativou o plano "Retorno à Pátria" - lançado em agosto de 2018 para facilitar o retorno voluntário dos migrantes - para as pessoas que desejam voltar do Chile.
"Vamos responder por tudo, por estes compatriotas que estão em Iquique, respondemos cabalmente", sublinhou o mandatário chavista.
Milhares de venezuelanos sem documentos cruzam a fronteira entre a Bolívia e o Chile, fugindo da crise em seu país, que Maduro atribui às sanções econômicas dos Estados Unidos contra a Venezuela.
Os migrantes fazem a travessia por passagens inóspitas, colocando suas vidas em risco. Cerca de 11 migrantes morreram nesta rota no ano passado.
O Ministério Público chileno abriu uma investigação sobre os ataques ocorridos no protesto, condenados pela Unicef e pela Acnur. O próprio presidente do Chile, Sebastián Piñera, descreveu o ocorrido como uma "agressão brutal".
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