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Estado de Minas WASHINGTON

Biden promete 'consequências' por repressão a migrantes haitianos


24/09/2021 14:53

O presidente de Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta sexta-feira (24) que haverá "consequências" para os guardas montados a cavalo que foram flagrados reprimindo migrantes haitianos, algo que considerou "escandaloso" em meio às fortes críticas que sua gestão vem recebendo pela condução da crise na fronteira sul.

"É escandaloso", disse o chefe de Estado democrata aos jornalistas na Casa Branca, após vários dias de silêncio sobre o tema.

"Prometo que esta gente pagará, haverá uma investigação e teremos consequências", garantiu Biden ao responder às preguntas dos jornalistas depois de um pronunciamento dedicado à vacinação contra a covid-19.

Em um registro feito no domingo (19) por um fotógrafo da AFP, um guarda fronteiriço montado a cavalo agarra um homem pela camisa na margem americana do Rio Grande, a fronteira natural entre Estados Unidos e México, perto da localidade de Del Rio, no Texas.

Em outra fotografia, um guarda montado mantém um grupo afastado utilizando longas rédeas de couro, em uma postura ameaçadora como se parecesse um chicote, para forçá-los a retroceder.

As imagens correram o mundo e causaram alvoroço nos Estados Unidos. Alguns afirmaram que os guardas pareciam tratar os imigrantes como se fossem gado, enquanto outros lembraram os maus-tratos sofridos pelos afro-americanos pelas mãos da polícia montada, dos guardas de prisões e dos proprietários de negros escravizados.

Após a divulgação das imagens, a polícia de fronteiras deixará de utilizar agentes montados na pequena cidade de Del Rio temporariamente, conforme anunciaram ontem funcionários do governo americano.

Ao ser questionado por uma jornalista, na coletiva desta sexta, se assumia a responsabilidade pelo "caos" na fronteira, Biden respondeu: "Certamente que assumo a responsabilidade. Sou o presidente. Foi horrível [...] ver as pessoas sendo tratadas daquela maneira".

- 1.400 haitianos são expulsos -

"É uma vergonha", disse Biden. "É mais do que vergonhoso. É perigoso. Ruim. Envia a mensagem errada para todo o mundo, e a mensagem equivocada dentro de casa [...] Nós não somos assim", frisou.

Biden assumiu o cargo em janeiro com a promessa de reverter o que chamou de políticas desumanas de seu antecessor, o republicano Donald Trump, na fronteira sul.

Contudo, oito meses depois, sua administração está sob fortes críticas por sua gestão do fluxo recorde de centenas de milhares de migrantes que tentam entrar irregularmente nos Estados Unidos a partir do México.

Biden é questionado diariamente por republicanos e jornalistas da emissora Fox News, que acusam a Casa Branca de perder o controle da fronteira e renunciar a garantir a segurança dos Estados Unidos.

Alguns democratas, por outro lado, acusam Biden de descumprir suas promessas de campanha após sua decisão de manter as regras estritas de expulsão de imigrantes irregulares, algo que a Casa Branca afirma ser necessário para evitar a propagação da covid-19.

Dezenas de milhares de migrantes que viajam rumo ao norte vindos de diversos países da América Latina, a maioria haitianos, estão reunidos há várias semanas nas localidades mexicanas de Tapachula, na fronteira com a Guatemala, e Ciudad Acuña, na fronteira com o estado americano do Texas, onde permanecem em condições insalubres à espera de cumprir o "sonho americano".

Diante disso, os Estados Unidos também decidiram realizar a deportação em massa dos haitianos na fronteira sul. Até o momento, mais de 1.400 já foram repatriados por avião para o Haiti, que atualmente se encontra afundado em uma crise política, humanitária e de segurança.

A tensão em torno desses temas aumentou ainda mais na quinta-feira, com a renúncia do enviado dos EUA ao Haiti, Daniel Foote, que tachou as expulsões de "desumanas".

Considerado o país mais pobre das Américas, o Haiti vive uma situação de instabilidade política e econômica que perdura por muitos anos, mas a situação piorou após um recente terremoto e o assassinato do presidente do país, Jovenel Moise, em 7 de julho.


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