Bouteflika, que deixou o poder em 2019 depois de 20 anos à frente da Argélia, morreu na sexta-feira (17) aos 84 anos em sua residência de Zeralda (oeste), onde vivia recluso há dois anos e meio.
Seu corpo foi velado no Palácio do Povo, um edifício cerimonial no centro da capital, antes de ser levado ao cemitério de El Alia, a cerca de 10 km de distância, segundo vários jornais locais.
No setor dos mártires desse cemitério repousam os corpos dos ex-governantes argelinos, junto a grandes figuras da guerra da independência, de 1954 a 1962.
O presidente Abdelmadjid Tebboune, que foi primeiro-ministro de Bouteflika, decretou no sábado içar a bandeira nacional a meio mastro durante três dias para homenagear o falecido ex-presidente.
O presidente francês Emmanuel Macron "acompanhou o povo argelino em sentimento" pela perda de "uma figura maior" desse país e de "um sócio exigente para a França", segundo um comunicado transmitido neste domingo à tarde pelo Eliseu.
O rei do Marrocos, Mohamed VI, também enviou uma mensagem de "compaixão" a Tebboune, apesar da inimizade entre os dois países.
Já o povo argelino vivenciou o enterro de Bouteflika com certa indiferença.
"A verdade é que tenho outras coisas melhores a fazer do que me interessar pelo enterro de um presidente que deixou o país em um estado lamentável. Prefiro me ocupar com meus pássaros", disse à AFP neste domingo Fares, de 62 anos, um aposentando que trabalhou no setor financeiro.
ARGEL