Durante uma visita ao país nesta sexta e sábado, Janez Lenarcic, comissário europeu de Gestão de Crises, reconheceu que os parceiros estrangeiros estão cansados de financiar a ajuda humanitária ao Haiti. "Há sinais do que pode ser chamado de fadiga dos doadores", comentou o diplomata europeu em viagem à região devastada pelo terremoto de 14 de agosto, que deixou mais de 2.200 mortos.
Bruno Maes, diretor do Unicef no Haiti, alertou que "cerca de 200 mil crianças não poderão voltar à escola como planejado este ano se o apoio ao país não for intensificado nos próximos dias. São necessários 39 milhões de dólares, mas apenas 5 milhões foram doados", lamentou.
Mergulhado em uma profunda crise política há anos, o Haiti também enfrenta incertezas como resultado do assassinato do contestado presidente Jovenel Moise, ocorrido em julho, em meio a suspeitas de que o primeiro-ministro esteja envolvido no crime.
A União Europeia liberou 3 milhões de euros em ajuda emergencial após o terremoto, mas exige garantias democráticas para retomar as doações. "Deve-se resolver essa crise política, fortalecer as instituições, aumentar o controle (dos fundos) e erradicar a corrupção, porque, sem isso, a ajuda ao desenvolvimento não pode cumprir seu objetivo", explicou.
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