Aung San Suu Kyi enfrentará quatro acusações de corrupção a partir de 1º de outubro em um novo julgamento na capital birmanesa de Naipyidaw, disse o advogado Khin Maung Zaw nesta sexta-feira (17).
Cada uma das acusações pode acarretar uma pena de até 15 anos de prisão.
Suu Kyi está em prisão domiciliar desde que foi deposta pelos militares, em fevereiro. O golpe de Estado deflagrou manifestações e uma repressão brutal à dissidência.
A Prêmio Nobel da Paz em 1991, de 76 anos, também é acusada de descumprir as restrições sanitárias de combate à covid-19, além de sedição e de importação ilegal de walkie-talkies.
O julgamento por violação das restrições pela pandemia foi retomado esta semana após dois meses de atraso, devido ao aumento do número de casos de coronavírus. Su Kyi não compareceu ao primeiro dia de audiência por questões de saúde.
A junta militar também a acusa de aceitar subornos e de violar uma lei de sigilo da era colonial. Ainda não foi estabelecida a data para mais este possível julgamento.
Desde que assumiram o poder, os militares lançaram uma repressão sangrenta contra seus opositores, com cerca de 1.100 civis mortos e cerca de 6.500 detidos, segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP). Esta ONG local denuncia casos de tortura, estupro e execuções extrajudiciais.
O Exército justificou seu retorno ao poder, alegando fraude durante as eleições legislativas de novembro. O partido de Aung San Suu Kyi venceu a disputa por esmagadora maioria.
Depois de invalidar o recente processo eleitoral, a junta militar prometeu realizar novas eleições antes do verão de 2023.
YANGON