Os dois suspeitos, de 21 e 33 anos, também foram acusados de posse de arma de fogo e munição com a intenção de pôr em risco a vida, de participação em uma revolta, de portar coquetéis molotov e provocar incêndio, relatou a polícia em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira (16).
Eles devem comparecer ao tribunal de Londonderry nesta sexta-feira (17), junto com um terceiro homem, de 20 anos, acusado de posse de coquetéis molotov e de participar de distúrbios.
Um quarto indivíduo, de 19 anos, foi posto de liberdade.
Os quatro haviam sido detidos na quarta-feira (15) em Londonderry, uma cidade na fronteira com a República da Irlanda.
Em meados de fevereiro de 2020, o suspeito Paul McIntyre foi acusado de homicídio. Segundo seu advogado, seu envolvimento consistiu na coleta das cápsulas de bala após o assassinato, mas não foi ele que atirou.
A arma do crime foi encontrada e identificada em meados de junho. Posteriormente, em julho de 2020, um homem de 27 anos foi acusado de cometer infrações à lei sobre armas de fogo.
Lyra McKee foi morta a tiros em 18 de abril de 2019, na zona católica de Creggan, em Londonderry.
Criado em 2012, o grupo republicano dissidente Novo IRA admitiu a responsabilidade por sua morte em uma declaração ao jornal The Irish News.
O novo IRA alegou que a jornalista estava "junto com as forças inimigas", referindo-se à polícia, e transmitiu "desculpas sinceras e sem reservas" a seus familiares.
Sua morte causou grande comoção na Irlanda do Norte, revivendo a memória de três décadas de conflito sangrento entre republicanos católicos e unionistas protestantes, o qual também teve a participação do Exército britânico.
Com um balanço de cerca de 3.500 mortos, o conflito chegou ao fim com o Acordo de paz da Sexta-feira Santa de 1998, que exigia a retirada das forças britânicas e o desarmamento do Exército Republicano Irlandês (IRA).
Grupos dissidentes, como o Novo IRA, continuam ativos, lutando pela reunificação da ilha da Irlanda.
LONDRES