Jornal Estado de Minas

PANAMÁ

Apenas um terço dos menores frequentam aulas presenciais na América Latina

Dois em cada três menores de idade seguem sem frequentar aulas presenciais na América Latina e no Caribe, por causa da pandemia, o que coloca essas crianças em risco de sofrer violência ou cair nas mãos de gangues, alertou o Unicef nesta quinta-feira (16).



"Quase duas em cada três crianças e adolescentes ainda estão fora da sala de aula na América Latina e no Caribe", afirmou esta agência da ONU em um comunicado divulgado de sua sede regional no Panamá.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), após um ano e meio de pandemia, cerca de 86 milhões de crianças continuam fora da escola, em comparação com 47 milhões que já retomaram o aprendizado presencial.

Os dados mais recentes a nível mundial mostram que as escolas não estão associadas a um aumento na transmissão da covid-19, apontou o Unicef.

"Nos últimos 18 meses, a maioria das crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe não viu seus professores ou amigos fora de uma tela. Quem não tem internet simplesmente não os viu", disse Jean Gough, diretora do Unicef para a região.

Gough advertiu que a cada dia que passa sem que as crianças mais pobres e vulneráveis frequentem a escola, elas correm o risco de "abandonar a escola" e cair na "violência de gangues, abuso ou tráfico de pessoas".

"A educação virtual deve continuar e melhorar, mas está claro que durante a pandemia as famílias mais marginalizadas não tiveram acesso ao aprendizado", observou Gough.

De acordo com o Unicef, durante a pandemia, a América Latina e o Caribe tiveram mais fechamentos ininterruptos de escolas do que qualquer outra região do mundo.

No total, uma média de 153 dias de aula presencial foram perdidos desde o início da pandemia. A paralisação generalizada das instituições de ensino causou a maior interrupção do aprendizado na história moderna da região, acrescentou a agência.

"Os riscos de ficar fora da escola são muito altos, maiores do que os riscos de estar na escola. As crianças desta região já faltaram mais de um ano à escola. Não podem perder mais um dia de aprendizagem presencial", disse Gough.



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