Jornal Estado de Minas

ONU

Alta comissária denuncia 'intimidação e criminalização' na Venezuela


A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, denunciou nesta segunda-feira (13) a "intimidação e criminalização" de ativistas na Venezuela, o que foi rejeitado pelo governo do presidente Nicolás Maduro.



"Me preocupam as restrições adicionais e os relatos contínuos de intimidação e criminalização das pessoas defensoras dos direitos humanos e dos e das líderes sindicais pelas suas atividades legítimas", destacou a ex-presidente chilena em um relatório sobre a situação do país sul-americano.


Bachelet reiterou um "apelo à plena liberdade de todas as pessoas detidas arbitrariamente" e destacou que "152 detidos foram libertados desde junho de 2020" por meio de mecanismos de cooperação com seu escritório, que mantém presença na Venezuela há dois anos.

"Fico satisfeita com a absolvição de Braulio Jatar", acrescentou em relação ao jornalista chileno-venezuelano detido em 2016 em um clima de protestos contra o governo e absolvido de supostos crimes de lavagem de dinheiro.



Um total de 262 pessoas estão detidas por razões políticas na Venezuela, segundo o Fórum Penal, ONG defensora dos direitos humanos.

A chancelaria venezuelana rejeitou "as falsas alegações do relatório sobre supostas prisões arbitrárias ou perseguições pelo exercício ou a defesa dos direitos humanos, porque estão incluídas no roteiro político de quem implementa essas questões para agredir" o país.

"A Venezuela ratifica que continuará cooperando com o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, com base no respeito à verdade e aos princípios de objetividade, não seletividade, imparcialidade, não interferência nos assuntos internos e diálogo construtivo", acrescentou o texto.

Bachelet afirmou que a presença de sua missão se estenderá por outro ano após a renovação da Carta de Entendimento com o governo.

Elogiou "os esforços realizados pelo governo para enfrentar os desafios gerados pela pandemia" que, em sua opinião, agravou a crise humanitária no país junto com as sanções econômicas, que pediu para levantar.

Ela afirmou também que confia que o processo de diálogo no México entre o governo de Maduro e a oposição "possa levar a soluções significativas e se traduza em avanços maiores para a proteção dos direitos humanos".



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