A Frota Aérea de Reserva Civil (Craf, sigla em inglês) é um "programa cooperativo e voluntário" entre o governo e companhias aéreas privadas, que permite ao Exército americano usar aviões comerciais em situações de emergência, quando precisa de capacidade adicional. A origem da associação remonta à saída de Berlim durante a Guerra Fria e permite ao Departamento de Defesa (DOD) "ampliar a capacidade dos aviões durante uma crise relacionada à defesa nacional", segundo o Departamento de Transporte.
As companhias aéreas oferecem voluntariamente suas aeronaves ao programa Craf por meio de acordos contratuais com o Comando de Transporte dos Estados Unidos (Ustranscom), que administra o sistema global de transporte de defesa dos Estados Unidos. Em troca, "os transportistas participantes têm preferência no transporte de carga comercial em tempos de paz e no de passageiros para o DOD".
Todos os participantes da Craf devem ser transportistas americanos totalmente certificados pela Administração Federal de Aviação (FAA).
- Guerra do Golfo -
A Craf foi criada em 15 de dezembro de 1951, menos de três anos depois que aeronaves civis foram convocadas para aliviar o bloqueio soviético de Berlim, e só foi ativado pela primeira vez na Guerra do Golfo, no começo dos anos 1990.
Para a "Operação Tempestade do Deserto", de agosto de 1990 a maio de 1991, o Pentágono requisitou inicialmente 38 aviões pertencentes a 16 empresas, a fim de transportar tropas e materiais até o Golfo Pérsico. Mas em janeiro de 1991, o então secretário de Defesa, Dick Cheney, pediu aviões adicionais. Foram mobilizadas 181 aeronaves, pertencentes a 20 companhias aéreas.
- Invasão do Iraque -
A segunda ativação da Craf foi de fevereiro a junho de 2003, durante a "Operação Liberdade do Iraque". Naquela ocasião, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, pediu a 22 companhias aéreas, que forneceram 47 aviões e 31 cargueiros para o transporte de passageiros e equipamento militar.
- Saída do Afeganistão -
Neste domingo, o secretário de Defesa Lloyd Austin ordenou a ativação da Craf para ajudar na "retirada do Afeganistão de cidadãos e funcionários dos EUA, solicitantes de SIV e outras pessoas em risco".
Os aviões civis não voarão até a capital afegã, controlada pelos talibãs, e sim serão usados para transportar passageiros de refúgios temporários até seus destinos finais, o que permitirá aos aviões militares se concentrarem nas operações de saída e entrada em Cabul, informou o Pentágono.
No total, 18 aviões, das companhias American Airlines, Atlas Air, Delta Air Lines, Omni Air, Hawaiian Airlines e United Airlines, serão usados para remover as pessoas em fuga do Afeganistão.
American Airlines
DELTA AIR LINES
UNITED CONTINENTAL HOLDINGS
audima