A "nomeação repentina" de Rafael Curruchiche como chefe da Promotoria Especial contra a Impunidade (Feci) "não agrega confiança na capacidade do órgão de investigar e processar de forma independente os casos de corrupção", declarou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.
"Nossa posição continua sendo a de que é fundamental que a Feci possa funcionar e que seus promotores e analistas tenham poderes para continuar investigando casos, a fim de manter a luta contra a corrupção na Guatemala. Qualquer interrupção nas investigações por motivo político não tem lugar em um sistema democrático aberto e forte", acrescentou Price.
Curruchiche é acusado de criar casos contra vozes da oposição. Um deles foi a prisão em maio do ex-superintendente tributário Juan Francisco Solórzano Foppa, crítico de Giammattei, por supostas irregularidades na criação de um partido político.
A imprensa local noticiou dois casos em que juízes denunciaram o agora chefe anticorrupção por tentar favorecer acusados de crimes eleitorais, incluindo importantes empresários processados por financiamento ilegal do partido do ex-presidente Jimmy Morales (2016-2020).
A destituição de Sandoval, considerado por Washington um "campeão anticorrupção", fez com que os Estados Unidos perdessem a "confiança" em Consuelo e congelassem a ajuda ao Ministério Público. Além disso, desde a saída de Sandoval, a Guatemala vive dias de protestos que exigem a renúncia de Giammattei e Consuelo.
O governo Biden considera a luta contra a corrupção fundamental em sua estratégia para conter a migração em massa de centro-americanos, que se tornou um problema político nos Estados Unidos.
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