Jornal Estado de Minas

MONTREAL

Audiências de extradição de diretora da Huawei são retomadas no Canadá

As últimas audiências no processo de extradição de uma diretora da gigante chinesa Huawei começaram nesta quarta-feira (4) em Vancouver, quase três anos após sua prisão em solo canadense a pedido dos Estados Unidos.



Meng Wanzhou, de 49 anos, filha do fundador da gigante das telecomunicações, Ren Zhengfei, foi presa em 1º de dezembro de 2018 no aeroporto de Vancouver a pedido de Washington, que quer julgá-la por fraude bancária.

Meng apareceu sorrindo de manhã ao deixar sua casa em Vancouver, onde vive sob vigilância, antes de ir para a Suprema Corte da Columbia Britânica, onde serão realizadas as audiências.

Nesse primeiro dia, a defesa de Meng levantou mais uma vez a hipótese de que os Estados Unidos tentaram realizar um processo "abusivo" contra sua cliente.

"Este caso é baseado em desinformação e omissão seletiva de fatos. A prisão da Sra. Meng foi uma aula magistral de como violar os direitos de uma pessoa", declarou à AFP Alykhan Velshi, vice-presidente de assuntos corporativos da Huawei Canadá, que descreveu o processo como "perseguição política".

"O advogado da Sra. Meng demonstrará que os Estados Unidos não produziram uma acusação crível para justificar sua extradição", afirmou a Huawei Canadá. Portanto, sua prisão "deve ser rejeitada e seu retorno ao seu país permitido", enfatizou a gigante chinesa nesta quarta-feira.

A acusação considera que as provas apresentadas pela defesa não são da competência da Justiça canadense.

As audiências estão previstas para terminar em 20 de agosto, mas uma decisão não é esperada por alguns meses. Em caso de recurso, o processo pode levar anos.

A prisão da diretora financeira, seguida dias depois por dois canadenses acusados de espionagem na China, causou uma grave crise diplomática entre Pequim e Ottawa.



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