Naman Wakil, 59, nascido na Síria e com residência legal permanente nos Estados Unidos, compareceu a um tribunal federal de Miami depois de ser preso naquela cidade na terça-feira, informou o Departamento de Justiça em um comunicado.
Ele foi acusado de violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA), que pune o suborno de funcionários em outros países, além de conspirar para a lavagem de dinheiro.
Se condenado, Wakil poderá receber uma pena máxima de 80 anos de prisão.
De 2010 a pelo menos setembro de 2017, Wakil é acusado de concordar em pagar subornos a funcionários da venezuelana Corporação de Abastecimento e Serviços Agrícolas SA (CASA) e joint ventures entre PDVSA e empresas estrangeiras no cinturão de petróleo do Orinoco, na Venezuela.
De acordo com os autos, ele pagou esses subornos para obter contratos de pelo menos 250 milhões de dólares para vender alimentos à CASA e fazer negócios com empresas de energia ligadas à PDVSA.
Além disso, Wakil foi acusado de lavagem de dinheiro relacionados ao esquema de suborno de e para contas bancárias localizadas no sul da Flórida. A promotoria disse que, entre outras coisas, ele comprou 10 apartamentos no sul da Flórida, um avião por US$ 3,5 milhões e um iate por 1,5 milhão.
O nome de Wakil apareceu nos "Panama Papers", escândalo de vazamento de documentos que em 2016 revelou como inúmeras empresas fantasmas foram criadas a partir de um escritório de advocacia panamenho para sonegar impostos ou lavar dinheiro.
Foi então apresentado como empresário sírio com passaporte venezuelano, cunhado do ex-ministro da Alimentação do governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, Carlos Osorio, por meio do qual teria obtido importantes contratos oficiais.
WASHINGTON