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Estado de Minas HONG KONG

Jornal abandona Hong Kong por redução da liberdade de expressão


03/08/2021 09:50

O meio de comunicação de Hong Kong Initium anunciou, nesta terça-feira (3), sua mudança para Singapura, justificando a decisão pelo retrocesso em termos de liberdade de imprensa no território semiautônomo.

O jornal Initium é o primeiro meio de comunicação de Hong Kong a deixar o centro financeiro, devido à repressão à dissidência por parte das autoridades chinesas.

A notícia chega no dia em que o apresentador Steve Vines e Kacey Wong, um dos artistas mais famosos de Hong Kong, confirmaram em comunicados separados que também haviam deixado Hong Kong. Ambos também justificaram sua saída pelo retrocesso nas liberdades.

"Nos últimos seis anos, o caminho para a liberdade se tornou mais difícil e perigoso, o mundo está cada vez mais polarizado e antagônico", escreveu a editora-chefe do Initium, Susie Wu, em um artigo por ocasião de sexto aniversário do veículo.

Ela mencionou o declínio constante de Hong Kong nas classificações anuais de liberdade de imprensa e o aumento dos nacionalistas que expressam sua raiva on-line na China continental.

O Initium é um jornal de língua chinesa relativamente pequeno, com cerca de 60 mil assinantes pagantes.

Esta saída de Hong Kong ilustra a preocupação de alguns meios de comunicação com seu futuro neste centro financeiro, que já foi considerado no passado um lugar privilegiado de expressão e liberdade.

Hong Kong passa atualmente por um reforço do controle por parte do poder central chinês, dois anos após as manifestações em massa organizadas pelo movimento popular pró-democracia, em 2019.

A draconiana Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim no ano passado transformou em crime qualquer tipo de dissidência nesta ex-colônia britânica.

A maioria das figuras do movimento pró-democracia foi presa, fugiu para o exterior, ou não tem permissão para se candidatar às eleições.

E, nesta terça-feira (3), a emissora pública RTHK confirmou que o apresentador Steve Vines havia partido para o Reino Unido, devido ao que ele chamou de "terror branco que atinge Hong Kong".

"As instituições que garantiam a liberdade do povo de Hong Kong estão sendo desmanteladas por pessoas que se preocupam tão pouco com seu destino que nem reclamam quando fica claro que a própria essência do lugar está sendo destruída", escreveu Vines, em um e-mail endereçado a colegas, de acordo com a RTHK.

Em entrevista ao site Free Press de Hong Kong, o artista dissidente Kacey Wong também confirmou que havia fugido da cidade por motivos políticos.


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