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Estado de Minas YANGON

Covid-19 aprofunda crise em Mianmar seis meses após o golpe


01/08/2021 09:58 - atualizado 01/08/2021 10:01

Aterrorizados pela repressão da junta militar e pela propagação do coronavírus, muito poucos birmaneses se atreviam a ir às ruas para protestar, neste domingo (1º), quando se completa seis meses do golpe de Estado que mergulhou o país no caos.

Uma semana depois de ter anulado o resultado das legislativas de 2020, vencidas por esmagadora maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, o chefe da junta, Min Aung Hlaing, prometeu novas eleições "até agosto de 2023 ".

"Trabalhamos para estabelecer um sistema multipartidário democrático", afirmou o general, enquanto Suu Kyi, de 76 anos, começa seu sétimo mês sob prisão domiciliar.

Mianmar está "disposta a colaborar com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)", acrescentou.

Os ministros das Relações Exteriores da ASEAN se reunião na segunda-feira (2) para ratificar a nomeação do vice-ministro das Relações Exteriores da Tailândia, Virasakdi Futrakul, como enviado especial do bloco para promover o diálogo entre a junta e os opositores.

Nas redes sociais, jovens opositores prometem derrubar o regime.

"Prometo combater esta ditadura enquanto viver", "Não vamos nos ajoelhar sob as botas dos militares", afirmaram, fazendo o gesto simbólico de três dedos em sinal de resistência.

Em Kaley (oeste), houve uma manifestação em homenagem aos presos políticos. "As canções dos detidos são uma força para a revolução", dizia um cartaz.

No entanto, a maioria dos birmaneses permaneceu trancada em suas casas, preocupados com a violência das forças de segurança e a propagação do coronavírus.

O Reino Unido, ex-potência colonial, alertou a ONU que metade da população - cerca de 27 milhões de pessoas - poderia se infectar com a covid-19 nas próximas duas semanas.

Londres classificou a situação de "desesperada" e pediu ao Conselho de Segurança que aja para permitir a distribuição de vacinas.

A ONU estima que apenas 40% dos estabelecimentos sanitários do país funcionam, já que grande parte dos profissionais da saúde ainda está em greve, em protesto contra o golpe.

Alguns membros da equipe de saúde são alvo de ordens de prisão, fogem ou já foram presos.

O Exército birmanês "usa a covid-19 como arma contra a população", declarou recentemente Susanna Hla Hla Soe, do governo de unidade nacional, criado por opositores clandestinamente.

Em seis meses, 940 civis morreram nas mãos das forças de segurança, 75 deles menores, centenas despareceram e mais de 5.400 estão detidos, segundo uma ONG.

Apesar da dureza do regime, a resistência segue adiante.

As grandes manifestações pacíficas geraram uma resposta armada liderada por milícias cidadãs, as Forças de Defesa do Povo (PDF).

Esses movimentos são independentes entre si para manter o maior número possível de frentes abertas.

Esses grupos desestabilizam a junta no plano militar, mas ela ainda mantém o controle no econômico.

Administra muitas empresas, desde a cerveja até as pedras preciosas, e recuperou o controle do gás natural, que representa uma renda anual de cerca de 1 bilhão de dólares.

As sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Reino Unido não intimidaram os generais, protegidos por seus aliados: China e Rússia.


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