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Estado de Minas WASHINGTON

Americanos vacinados culpam não imunizados por prolongar pandemia


30/07/2021 10:54

A última onda de covid-19 nos Estados Unidos, impulsionada pela variante Delta, gera frustração entre as pessoas vacinadas, que culpam aqueles que não foram imunizados por prolongar a pandemia e arruinar a possibilidade de um verão (boreal) livre de restrições sanitárias.

"É quase como se eles não se importassem com o resto do mundo. Eles estão sendo egoístas e egocêntricos", disse à AFP Alethea Reed, administradora de 58 anos, na capital, Washington, D.C.

Irritada por não ter conseguido convencer o próprio irmão a se vacinar, Anne Hamon, de 64, diz que a situação é "muito frustrante", principalmente, porque ela e o marido têm condições físicas que os fazem correr mais riscos em caso de contrair a covid-19.

Esta semana, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendaram que as pessoas vacinadas voltem a usar máscara em grande parte do país, alimentando a raiva entre aqueles que acreditam que suas vidas estão sendo alteradas por decisões de outros.

Nos EUA, 60,2% dos adultos têm o esquema de vacinação completo, bem abaixo da faixa de 85%-90% considerada necessária pelos epidemiologistas para conter o vírus. As vacinas estão há meses disponíveis no país.

E as estatísticas mostram diferenças políticas e regionais marcantes entre aqueles que aceitam e os que rejeitam a vacina anticovid-19: a menor taxa de imunização é encontrada nos estados com voto republicano no sul do país, e a mais alta, no nordeste liberal.

Até recentemente, a estratégia com os relutantes às vacinas se concentrava em amenizar suas preocupações, facilitando ao máximo a vacinação e impulsionando a demanda por meio de brindes e sorteios.

Mas, agora, "a compreensão se transformou em impaciência, e os incentivos, em consequências", disse à AFP o ex-redator de discursos republicano David Frum, que recentemente escreveu um artigo intitulado "Vaccinated America has had enough" na revista The Atlantic.

Na quinta-feira, o presidente Joe Biden anunciou que os milhões de funcionários federais precisariam ser vacinados, ou testados regularmente, e usar máscara, seguindo medidas semelhantes adotadas pelos estados da Califórnia e Nova York.

E as empresas também estão seguindo esta tendência, como Facebook, Google, Netflix e Uber, que vão exigir que seus funcionários sejam vacinados.

Embora cada um possa ter razões pessoais para duvidar da eficácia das vacinas, "chega um ponto em que, quando você vê uma ação prejudicial, a questão de por que ela está acontecendo se torna menos importante", disse Frum.

Em discurso televisionado, Biden reconheceu a frustração dos imunizados: "Muitos de vocês, a maioria, estão frustrados com as consequências da falta de vacinação da minoria".

- Trabalhadores da saúde exaustos -

Médicos traumatizados, que pensavam que as hospitalizações por covid seriam coisa do passado, começar a fazer discursos carregados de emoção.

No Alabama, um estado muito afetado, a dra. Brytney Cobia escreveu uma mensagem que se tornou viral no Facebook. Segundo ela, de todos os seus pacientes, apenas um foi vacinado.

"Uma das últimas coisas que eles fazem antes de serem intubados é implorar pela vacina. Eu seguro a mão deles e digo que sinto muito, mas é tarde demais", afirmou.

Matthew Heinz, um médico de Tucson, no estado do Arizona, disse à AFP que, embora os casos em seu hospital estejam bem abaixo do pico do ano passado, "as pessoas parecem pensar que [a pandemia] acabou, e não é assim", com um fluxo constante de pacientes jovens.

No entanto, também há alguns sinais de mudança entre os conservadores.

A governadora do Alabama, Kay Ivey, criticou os resistentes às vacinas por falta de "bom senso".

O sociólogo em medicina Richard Carpiano, da Universidade da Califórnia em Riverside, disse à AFP que a raiva atual é um sinal encorajador de que, apesar de toda a atenção dos que duvidam das vacinas, a maioria das pessoas "acredita na ciência e sabe o que fazer".

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