Principal êxito diplomático do presidente agora em final de mandato, o acordo firmado em 2015 entre Teerã e as grandes potências implicava a suspensão das sanções internacionais em troca de o Irã limitar o desenvolvimento de seu programa nuclear.
Em 2018, porém, o então presidente americano, Donald Trump, implodiu o pacto, ao se retirar unilateralmente e reinstalar sanções à República Islâmica.
"As gerações futuras deveriam aproveitar essa experiência. Ficou claro, durante este governo, que confiar no Ocidente não funciona", disse Khamenei a Rohani e a membros de seu governo, de acordo com o site do líder supremo.
Desde abril, em Viena, o Irã se encontra em negociações com as grandes potências e, indiretamente, com os Estados Unidos, na tentativa de ressuscitar o acordo. O diálogo parece estar em ponto morto, no entanto, pelo menos até o fim do mandato de Rohani, no início de agosto.
"Eles não ajudam. Afinal, são o inimigo", insistiu Khamenei, ao se referir aos problemas que surgiram ao longo das negociações com os países ocidentais e, principalmente, com os Estados Unidos.
Em sua página institucional on-line, o guia supremo disse ainda que Washington condicionou seu retorno ao pacto mundial a "futuras" discussões sobre o programa balístico iraniano.
Para ele, os Estados Unidos querem incluir em um eventual acordo, sob pena de não assiná-lo, que "alguns temas sejam discutidos no futuro".
"Com esta frase, querem ter uma desculpa para suas futuras ingerências sobre o próprio acordo, os mísseis e as questões regionais", denunciou Khamenei.
Na próxima semana, Rohani entrega o poder ao ultraconservador Ebrahim Raisi, vencedor da eleição presidencial realizada em junho deste ano.
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