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Estado de Minas WASHINGTON

Congresso dos EUA investiga ataque 'medieval' de 6 de janeiro


27/07/2021 18:16 - atualizado 27/07/2021 18:19

Um "ataque coordenado" para "perturbar a democracia" dos Estados Unidos e uma "batalha medieval" foram algumas das expressões utilizadas nesta terça-feira (27) por congressistas e testemunhas da invasão do Capitólio em janeiro, durante a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito que provoca polêmicas em Washington.

"Sabemos que há evidências de um ataque planejado coordenado. Sabemos que os homens e mulheres que invadiram o Capitólio queriam atrapalhar a transferência pacífica do poder neste país", disse o parlamentar democrata Bennie Thompson, presidente da comissão.

Thompson abriu a audiência da comissão da Câmara de Representantes em um ambiente politizado que ameaça minar os esforços para entender as motivações dos incidentes de 6 de janeiro, quando centenas de partidários do ex-presidente republicano Donald Trump invadiram o Capitólio e atacaram policiais.

De acordo com o democrata, este foi o ataque mais violento desde que os britânicos invadiram a sede do Legislativo americano em 1814.

Liz Cheney, uma republicana crítica de Trump, alertou seus correligionários sobre a importância das tarefas: "Nenhum membro do Congresso deve agora tentar defender o indefensável, obstruir esta investigação ou encobrir o que aconteceu naquele dia. Devemos agir com honra e dever e em interesse de nossa nação", disse ela.

Durante o trabalho, os deputados tomam os depoimentos dos policiais agredidos pelos invasores, que dentro do prédio vasculharam os corredores em busca, por exemplo, da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, e tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden.

- Golpes, ameaças e racismo -

A violenta insurreição matou cinco pessoas e dezenas de policiais ficaram feridos.

"Parecia uma batalha medieval. Lutamos de mãos dadas, centímetro por centímetro para evitar a invasão", disse Aquilino Gonell, um dos muitos policiais que compareceram ao Congresso.

"Eu poderia ter perdido a vida naquele dia, não uma, mas muitas vezes", disse ele.

O oficial da Polícia Metropolitana de Washington, Michael Fanone, descreveu o golpe como "brutal".

"Eles me agarraram, me espancaram, me paralisaram, enquanto me chamavam de traidor de meu país", disse ele.

"Eles arrancaram meu distintivo... Eles apreenderam a munição que estava presa ao meu corpo", disse Fanone.

Ele acrescentou que, depois de ser detido e espancado repetidamente, um agressor "se lançou sobre mim e tentou tirar minha arma de fogo. Ouvi gritos de algumas pessoas na multidão: 'Pegue a arma dele e mate-o com sua própria arma'".

Daniel Hodges, da Polícia Metropolitana de Washington, que foi filmado imprensado contra o batente de uma porta e gritando por socorro, lembrou que "os terroristas fizeram uma parede de escudos que tiraram dos policiais, além dos cassetetes roubados", disse ele em alusão aos invasores.

Harry Dunn, um agente negro da Polícia do Capitólio, disse que sofreu, junto com seus colegas, insultos racistas. Ele também afirmou que os agressores "usaram todos os tipos de armas" contra os agentes.

- Danos políticos -

A bancada republicana da Câmara basicamente boicotou a comissão selecionada ao retirar seus cinco candidatos depois que Pelosi rejeitou dois dos indicados pelo líder da minoria, Kevin McCarthy.

Em vez de formar um painel apenas com democratas, Pelosi nomeou unilateralmente dois republicanos: Liz Cheney e Adam Kinzinger.

Ambos são fortes críticos de Trump e votaram a favor de seu impeachment em janeiro, após os distúrbios. Por isso, ambos também foram censurados por seu partido por se recusarem a endossar as alegações infundadas de Trump de que as eleições foram roubadas.

Tanto Pelosi como outros membros do Congresso queriam formar uma comissão bipartidária e independente para investigar a revolta e sua origem, seguindo o modelo daquela que conduziu as investigações após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Mas entre os republicanos preocupados que a investigação se mostre politicamente prejudicial, pouco antes das eleições de meio de mandato de 2022, e o fato de o próprio Trump não ter mostrado nenhum interesse nas questões relacionadas aos distúrbios, o partido começou a se organizar para se opor a uma investigação dos eventos de 6 de janeiro.

- Queda de braço -

Os republicanos do Senado impediram a formação dessa comissão em maio, argumentando que já houve investigações e centenas de prisões suficientes sobre os distúrbios.

O partido então tentou destruir a credibilidade da comissão selecionada por Pelosi, acusada por McCarthy de "fazer política" enquanto as tensões partidárias aumentam no Capitólio.

"Nunca na história dos Estados Unidos o presidente da Câmara dos Representantes elegeu membros do outro lado, então eles estão pré-determinando o que acontece" com a investigação, disse McCarthy a repórteres na segunda-feira em um evento na Casa Branca.

Ele também criticou Cheney e Kinzinger ao chamá-los de "republicanos Pelosi", dizendo ainda que os dois republicanos rejeitados pela líder democrata - os congressistas Jim Banks e Jim Jordan - "têm o direito" de participar do painel.


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