As autoridades não realizaram nenhuma declaração oficial sobre essas inspeções no jornal de língua hindi Dainik Bhaskar e na emissora de televisão Bharat Samachar.
Responsáveis da administração fiscal, citados pela mídia local sob anonimato, afirmaram que possuem "evidências confiáveis de fraude".
O jornal Dainik Bhaskar publicou várias reportagens sobre a devastação que o país sofreu em abril e maio e a gestão da crise por parte do governo.
Em seu site, o jornal explicou nesta quinta-feira, em resposta às revistas, que a única coisa que tentaram fazer nos últimos seis meses foi "mostrar ao país a realidade da situação".
"Seja com os corpos [lançados] ao rio Ganges ou com a dissimulação do número de mortos relacionado ao coronavírus, Bhaskar demonstrou coragem jornalística", afirmou.
No momento mais crítico da pandemia, famílias do norte e do leste da Índia tiveram que lançar os corpos de seus parentes no Ganges, ou enterrá-los nas margens do rio, por não poderem pagar um funeral.
Brijesh Mishra, editor-chefe da rede Bharat Samachar, classificou as revistas dos inspetores como abuso.
"Essas revistas não nos dão medo (...), defendemos a verdade e os 240 milhões de habitantes de Uttar Pradesh", o estado onde está sua sede, escreveu o responsável da emissora de televisão em seu site.
O governo nacionalista hindu foi acusado várias vezes de querer silenciar as críticas da imprensa. Até o momento, a Índia contabilizou oficialmente 31 milhões de casos de covid-19 e cerca de 400.000 mortes.
NOVA DÉLHI