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Estado de Minas LONDRES

Reino Unido busca combater assédio às mulheres nas ruas


21/07/2021 13:08

O governo britânico apresentou nesta quarta-feira (21) sua nova estratégia de combate ao assédio nas ruas e à violência contra as mulheres, impulsionada pelo assassinato da londrina Sarah Everard.

Ativistas pelos direitos das mulheres criticaram as propostas por não irem longe o suficiente.

Esta nova estratégia, desenvolvida após consulta que recolheu 180.000 testemunhos, inclui a criação de uma nova Direção Nacional de Polícia para melhorar os tempos de resposta a estes crimes.

"Todos os dias ocorrem crimes como estupro, mutilação genital feminina, perseguição e crimes online", como "pornografia de vingança" (postar nas redes sociais imagens sexuais de um atual ou ex-parceiro) ou tirar uma foto sob a saia de mulheres ("upskirting"), sublinhou a Ministra do Interior, Priti Patel, na introdução do documento.

"Esses crimes ainda são muito frequentes e ainda existem muitos exemplos de vítimas e sobreviventes que abandonamos", acrescentou.

A reforma segue o assassinato de Evard, em Londres, sequestrada em março quando caminhava para casa à noite. O caso chocou o Reino Unido e reacendeu o debate sobre a segurança das mulheres nos espaços públicos.

"A segurança de mulheres e meninas em todo o país, onde quer que estejam, é uma prioridade absoluta para mim", disse Patel ao jornal The Times.

Em meados de junho, o governo de Boris Johnson teve de se desculpar por ter "falhado" milhares de vítimas de estupro ao longo dos anos, depois que os promotores relataram uma queda drástica no número de condenações de criminosos sexuais e estupradores, apesar de as queixas quase dobrarem em 2015 e 2016.

A nova estratégia inclui a criação de uma linha direta 24 horas para crimes sexuais e a criminalização dos testes de virgindade, prática considerada "medieval".

Patel deu a entender que o assédio nas ruas, como assobiar para uma mulher, pode acabar se tornando um crime específico, mas que o governo está trabalhando atualmente para fazer com que as leis existentes "funcionem na prática".

No entanto, "continuaremos estudando as lacunas na legislação e como um crime de assédio sexual pode ser abordado", acrescentou.

Para Rose Caldwell, diretora da organização Plan International UK, este último é "muito decepcionante".

"Sem uma nova lei, milhões de mulheres ficarão desprotegidas", disse ela, instando "o governo a cumprir sua promessa de rever as lacunas na legislação".

A oposição trabalhista, por sua vez, acusou o executivo conservador de "arrastar os pés" e pediu-lhe que "agisse em vez de apenas falar".


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