Vários desses casos envolveram países do norte da UE, como Dinamarca, Suécia e Finlândia, que têm reputação de seguir as regras, embora a maioria das reclamações envolva subsidiárias de bancos com sede nos Estados bálticos da UE.
A Comissão Europeia concluiu que o mosaico de regulamentações das autoridades nacionais já não é adequado e que deve ser criada uma nova autoridade central, denominada Autoridade Anti-Lavagem de Dinheiro (AMLA, em inglês).
"Já não é suficiente para os Estados-membros fazerem o que estão fazendo separadamente, precisamos de supervisão e coordenação ativas", disse Mairead McGuinness, comissária europeia para os serviços financeiros.
"Por trás desse dinheiro sujo se esconde crimes terríveis, que prejudicam a sociedade, seja o narcotráfico ou a prostituição, ou qualquer coisa que tenha a ver com dinheiro sujo", acrescentou.
A agência policial europeia centralizada, Europol, estima que atividades financeiras suspeitas representem cerca de 1% do PIB europeu - estimado em 13 trilhões de euros - uma soma astronômica.
A nova agência contará com cerca de 250 funcionários e passará a funcionar a partir de 2024, de acordo com os planos da Comissão.
As regras europeias de combate à lavagem de dinheiro "estão entre as mais rígidas do mundo. Mas agora devem ser aplicadas de forma consistente e monitoradas de perto para garantir que sejam realmente eficazes", explicou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis.
A nova agência faz parte de um plano geral de revisão de todos os regulamentos em vigor na UE para enfrentar a lavagem de dinheiro e visa dar à nova entidade a capacidade de supervisionar as entidades do setor financeiro que enfrentam o maior risco de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
O maior escândalo recente envolveu o Danske Bank da Dinamarca, que é objeto de investigações na Estônia, Dinamarca, Estados Unidos, Reino Unido e França, acusado de ajudar na lavagem de cerca de 230 bilhões de dólares por meio de sua filial na Estônia.
Em outro caso, o terceiro maior banco da Letônia, o ABLV, fechou em 2018 após alegações dos Estados Unidos de lavagem de dinheiro de cidadãos russos e violação de sanções contra a Coreia do Norte.
De acordo com McGuinness, nada menos que 23 dos 27 países do bloco estão sob escrutínio por não terem cumprido os regulamentos existentes de combate à lavagem de dinheiro.
BRUXELAS