"Prender uma jornalista de um meio de comunicação espanhol, o ABC, parece inadmissível para mim", afirmou o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em entrevista à rede de televisão Telecinco.
"Solicitamos ao Ministério de Relações Exteriores sua pronta libertação, temos que pedir que os cubanos possam se manifestar livremente", acrescentou.
Sánchez afirmou ainda que é necessário "acelerar todas as reformas que possibilitem a prosperidade e os direitos e liberdades de que desfrutamos em nosso país".
Anteriormente, o novo chanceler espanhol, José Manuel Albares, havia pedido às autoridades cubanas a "libertação imediata" da jornalista.
"Defendemos os direitos humanos incondicionalmente. Exigimos a libertação imediata de Camila Acosta", escreveu no Twitter o ministro, que assumiu o cargo na segunda-feira como parte de uma ampla reestruturação do governo espanhol.
Camila Acosta, uma cubana de 28 anos, foi presa na segunda-feira, disse à AFP Alexis Rodríguez, redator-chefe da editoria internacional do jornal ABC.
Ela colabora com o jornal espanhol há cerca de seis meses e também trabalha para o site oposicionista Cubanet, que informa que a repórter foi presa pouco depois de deixar sua casa.
Cubanet acrescentou que Acosta estava cobrindo as manifestações populares que ocorreram em Havana contra o governo no domingo.
"O povo cubano gritou bem alto que perdeu o medo. É hora de pressioná-los para que deixem o poder. Se cedermos agora, teremos muitos mais anos de ditadura", disse Acosta na última publicação que aparece em seu Twitter.
Rodríguez explicou que o diretor da ABC ligou para o Ministério das Relações Exteriores da Espanha nesta terça-feira e que durante o dia tentaria falar com o embaixador espanhol em Havana "para que ele tente fazer algo por ela".
No domingo, milhares de cubanos saíram às ruas de dezenas de cidades aos gritos de "temos fome", "liberdade" e "abaixo a ditadura", para protestar contra a crise econômica, a escassez de alimentos e remédios e os cortes de energia elétrica.
A intensificação do embargo americano, em vigor desde 1962, e a ausência de turistas devido à pandemia desencadearam uma profunda crise econômica e uma crescente inquietação social na ilha.
Twitter
MADRI