O suspeito foi detido anteontem, no cantão de Graubuenden, em cumprimento de uma ordem de prisão emitida por autoridades alemãs, segundo o Ministério da Justiça suíço.
A fraude, chamada "cum-ex", consistia em comprar e vender ações por volta do dia do pagamento de dividendos de forma tão rápida que a administração fiscal não pudesse identificar o verdadeiro proprietário. Essa prática deu lugar a um escândalo na Alemanha há cerca de 10 anos e levou a Justiça a abrir investigações em Frankfurt, Colônia e Munique envolvendo dezenas de agentes do mercado, banqueiros, advogados e conselheiros fiscais.
O tribunal regional de Wiesbaden espera poder executar um processo contra Hanno Berger, ex-advogado de renome e suposto intermediário de uma rede de investidores que se beneficiaram de um benefício fiscal normalmente reservado a apenas uma pessoa. Como o interessado se opôs à extradição para a Alemanha, o procedimento está pendente na Suíça, segundo a fonte judicial.
A fraude custou à Alemanha 7,2 bilhões de euros; à Dinamarca, 1,7 bilhão; e à Bélgica, 201 milhões desde 2001, segundo a imprensa europeia, incluindo a rede alemã ARD.
No mês passado, a Justiça alemã ditou a primeira pena de prisão ligada ao caso, contra um ex-diretor do banco alemão M.M. Warburg.
FRANKFURT