Por videoconferência da capital haitiana, La Lime disse que quatro membros de um grupo que atacou o palácio presidencial na quarta-feira e atirou no presidente e sua esposa foram mortos pela polícia e outros seis estão sob custódia policial.
Um cidadão americano está entre os presos, afirmou Mathias Pierre, ministro das eleições do Haiti, esclarecendo que ele era de origem haitiana. Pierre não confirmou as informações da imprensa, que identifica o homem como James Solages.
"Entre os agressores, seis estão nas mãos da polícia", disse o diretor da Polícia Nacional, Leon Charles.
"Também sei que um grupo de possíveis perpetradores se refugiou em dois prédios na cidade e agora está cercado pela polícia", afirmou La Lime a repórteres em Nova York.
Segundo ela, o número de suspeitos cercados pela polícia haitiana é superior a seis. A enviada da ONU disse que obteve essa informação nas últimas 12 horas.
Em declarações ao final de uma reunião de emergência a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU, solicitada pelos Estados Unidos e México e que durou apenas uma hora, a ex-diplomata norte-americana disse não ter informações sobre a identidade dos assassinos.
"Não sei quem está neste comando. Temos que esperar" que a polícia haitiana faça mais investigações, disse.
"Estamos enfrentando uma situação muito séria agora" no Haiti, acrescentou.
La Lime considerou que o primeiro-ministro interino, Claude Joseph, representa a autoridade responsável no Haiti, enquanto o novo primeiro-ministro, Ariel Henry, nomeado na segunda-feira pelo presidente Moise, não prestou juramento. Sobre esse assunto, evocou o artigo 149 da Constituição haitiana.
Ariel Henry contesta o poder reivindicado por Claude Joseph.
"Se há de fato uma mudança neste procedimento, deve ser o resultado de um acordo político entre as partes interessadas", disse La Lime, indicando que Joseph havia se declarado "aberto ao diálogo".
Indicou também que durante uma entrevista com Joseph na quarta-feira, ele não questionou o calendário eleitoral, que prevê um primeiro turno presidencial em 26 de setembro e um segundo turno em novembro.
"Quando o primeiro-ministro se encontrou conosco ontem, ele disse que estava tentando manter esse cronograma", disse a enviada das Nações Unidas.
"Agora cabe ao governo do Haiti e ao povo trabalhar para que essas eleições sejam realizadas e que o povo haitiano possa escolher seus líderes", afirmou.
La Lime também revelou que, durante a reunião do Conselho de Segurança, o pedido do Haiti por "assistência adicional de segurança" também foi levantado. "Devemos considerar essa ajuda", indicou.
"Mas a chave está nas próximas duas semanas; realmente temos que trabalhar da maneira mais eficaz para garantir que esta investigação avance e que os autores deste crime horrível sejam levados à justiça", acrescentou.
NAÇÕES UNIDAS