"Devemos admitir: nosso passado nem sempre foi glorioso", disse o primeiro-ministro Florin Citu, evocando "sofrimento, crueldade e selvageria inimagináveis".
O massacre, perpetrado em Iasi (nordeste) por ordem do marechal pró-nazista Ion Antonescu, deixou quase 15 mil mortos, um terço da população judia da época naquela cidade universitária.
O responsável destacou o "dever da verdade e da justiça para que tal tragédia não se repita" durante a cerimônia a que compareceram os últimos sobreviventes, ministros e diplomatas.
"Recordando esse massacre, o pior da história moderna da Romênia, o Parlamento está lançando as bases para a reconciliação", declarou o representante do governo para a memória do Holocausto, Alexandru Muraru.
Depois de anos minimizando o papel do regime de Antonescu no Holocausto, a Romênia endossou em 2005 as conclusões de uma comissão internacional de historiadores, liderada pelo Prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel.
De acordo com este relatório, entre 280 mil e 380 mil judeus romenos e ucranianos morreram sob o regime de Antonescu nos territórios então controlados pela Romênia.
O marechal, condenado à morte por crimes de guerra e executado em 1946, continua, porém, a ser um "herói" para muitos romenos, e várias ruas ainda levam seu nome.
Em 29 de junho de 1941, milhares de judeus foram transferidos para a sede da polícia com as mãos para o alto, sendo espancados e humilhados por gendarmes e civis romenos. Uma vez lá, eles foram mortos a tiros.
Na terça-feira, cerca de 200 pessoas depositaram flores nas valas comuns nos cemitérios de Iasi e em duas aldeias vizinhas, onde algumas das vítimas estão enterradas.
BUCARESTE