Retamal, que vive em Xangai, foi o vencedor do prêmio na categoria de fotografia, outorgado pela Society of Publishers in Asia (SOPA, a Associação de Editores de Imprensa na Ásia). Ramírez, que trabalha em Pequim, obteve o segundo prêmio na categoria de reportagem de vídeo.
Os dois premiados e o repórter francês Sébastien Ricci chegaram a Wuhan em 23 de janeiro de 2020, dia em que esta metrópole foi posta em quarentena e se fechou completamente para o mundo exterior.
Durante oito dias, foram a única equipe multimídia de uma agência internacional que conseguiu cobrir o que ocorria nas ruas desertas e nos hospitais lotados desta cidade de 11 milhões de habitantes.
Neste contexto, no qual a ameaça da pandemia ainda era um mistério, publicaram inúmeras fotos e vídeos. Uma das imagens foi especialmente marcante: um homem de idade avançada morto em uma calçada de Wuhan e cercado de socorristas vestidos com trajes de proteção.
"O poder da fotografia é mostrar coisas que as palavras não podem mostrar. A maioria de nós não podia imaginar como estava Wuhan durante a pandemia", disse o júri da SOPA.
"As fotografias de Retamal nos mostraram precisamente isso", acrescentou.
O júri também destacou a qualidade do trabalho de Leo Ramírez, um "exemplo do que é um excelente jornalismo de vídeo", disse a SOPA, elogiando a presença da AFP em Wuhan, em um momento em que o mundo contemplava, angustiado, sua evolução.
Ramírez "nos conta esta história de maneira clara, factual e imparcial. O vídeo é curto, com pontos de vista enriquecedores, com vozes em 'off' surpreendentes que não explicam apenas o que estamos vendo, mas que ressituam essas imagens em um contexto mais amplo e global", segundo o júri.
PEQUIM