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Estado de Minas MINNEAPOLIS

Contagem regressiva para a sentença contra o ex-policial que matou George Floyd


24/06/2021 20:43 - atualizado 24/06/2021 20:44

O ex-policial Derek Chauvin ouvirá sua sentença na sexta-feira pelo assassinato de George Floyd, um homem negro cuja morte gerou as maiores manifestações em décadas nos Estados Unidos contra a brutalidade policial e reivindicando justiça racial.

A lei do estado de Minnesota estabelece uma sentença mínima de 12 anos e meio de prisão para o ex-policial branco de 45 anos, detido desde que foi condenado por assassinato há dois meses.

Mas o juiz Peter Cahill, que definirá a sentença às 18h30 GMT em um tribunal de Minneapolis, identificou circunstâncias agravantes que podem indicar uma sentença muito mais severa.

O magistrado considerou que Chauvin "abusou da sua posição de confiança e autoridade", que tratou Floyd com "especial crueldade" frente a menores e que "cometeu o crime como grupo com a participação ativa de pelo menos outros três" policiais.

Em 25 de maio de 2020, Chauvin e três colegas prenderam Floyd, de 46 anos, sob suspeita de que ele havia usado uma nota falsa de US$ 20 em uma loja em Minneapolis, uma cidade ao norte dos Estados Unidos. Ele foi algemado e imobilizado na calçada no meio da rua.

Então Chauvin se ajoelhou no pescoço de Floyd por quase dez minutos, indiferente às reclamações de Floyd e dos transeuntes angustiados com a situação.

A cena, filmada com um telefone celular e colocada nas redes por uma jovem, rapidamente se tornou viral. Depois de semanas de confinamento domiciliar por causa da pandemia da covid-19, centenas de milhares de pessoas foram às ruas em todo o país e também em outros países, para exigir o fim do racismo e da brutalidade policial nos Estados Unidos.

A mobilização demorou semanas para acalmar, mas o debate sobre essas questões continua acalorado nos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden tenta realizar as reformas policiais que prometeu durante sua campanha.

Nesta quinta-feira, no entanto, após semanas de negociações, os senadores republicanos e democratas anunciaram "um acordo inicial sobre um projeto de reforma da polícia".

"Ainda temos que trabalhar no projeto de lei definitivo", garantiram.

- "Boa fé" -

Nesse contexto, o julgamento de Chauvin foi acompanhado de perto por milhões em todo o país.

O ex-policial se recusou a testemunhar. Seu advogado declarou que ele seguiu os procedimentos policiais em vigor na época e que a morte de Floyd aconteceu por causa de problemas de saúde agravados pelo consumo de drogas.

O júri não ficou convencido e demorou menos de dez horas para considerá-lo culpado. Sua decisão foi observada com alívio em todo o país, pois muitos temiam que uma absolvição levasse a manifestações piores com a liberação, mais uma vez, de um policial branco.

O advogado de Chauvin, Eric Nelson, disse que seu cliente cometeu "um erro de boa fé" e pediu uma sentença reduzida ao tempo já cumprido, o que permitiria que seu cliente fosse imediatamente libertado.

Por sua vez, o Ministério Público citou a conduta "particularmente cruel" do condenado e pediu a pena máxima de 30 anos de prisão.

Qualquer que seja a decisão do tribunal, a defesa entrará com recurso. Nelson antecipou sua intenção de pedir a anulação do veredicto, citando dúvidas sobre a imparcialidade de alguns jurados.

Mas o caso não termina com Chauvin: seus três ex-colegas serão julgados em março de 2022 sob a acusação de cumplicidade em assassinato.

Os quatro homens também enfrentam acusações federais por violar os direitos constitucionais do Floyd. Ainda não foi marcada uma data para esse julgamento.


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