"Esta manhã, com grande solenidade e tristeza, anuncio que a Câmara estabelecerá um comitê seleto sobre a insurreição de 6 de janeiro", disse a democrata Pelosi.
Pelosi descreveu o ataque ao Capitólio, a sede legislativa dos EUA, por partidários do então presidente Donald Trump como um "dia das trevas" para a nação que requer uma investigação completa.
"É imperativo que estabeleçamos a verdade daquele dia e nos certifiquemos de que tal ataque não volte a ocorrer", destacou.
O comitê será chefiado por um democrata, mas a presidente disse esperar que o principal republicano da Câmara nomeie "pessoas responsáveis".
Pelosi também criticou os republicanos "covardes" que, segundo ela, obedeceram às ordens de seu líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, ao pedir-lhes que votassem contra a criação de uma comissão bipartidária mais ampla há um mês.
Seis republicanos romperam as fileiras e votaram com os democratas para lançar a comissão, mas faltaram quatro votos.
Em uma demonstração de lealdade a Trump, e provavelmente preocupados sobre como as conclusões de uma investigação poderiam afetar as eleições de meio de mandato em 2022, os republicanos restantes votaram contra o lançamento da investigação.
Pelosi rejeitou as preocupações de que as conclusões do comitê especial possam ser rejeitadas pelo público porque não é uma comissão totalmente bipartidária.
Em 6 de janeiro, centenas de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, interrompendo uma sessão para confirmar a vitória de seu rival democrata e vencedor da eleição, Joe Biden.
Posteriormente, milhares de membros da Guarda Nacional e da polícia foram mobilizados em Washington para evitar novos distúrbios.
Poucos detalhes foram divulgados, mas espera-se que a comissão tenha poderes de intimação.
Em relação ao cronograma de trabalho e o relatório final, Pelosi indicou que será priorizada uma investigação minuciosa e não conclusões rápidas.
"O cronograma levará o tempo que for necessário", disse ela.
Sem prazo, o processo pode se arrastar para o próximo ano, deixando os republicanos em um cenário incômodo enquanto fazem campanha pela reeleição.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, afirmou que o número de prisões relacionadas ao ataque ultrapassou 500.
"Asseguro ao povo americano que o Departamento de Justiça continuará a investigar os fatos deste caso e a processar com base nas evidências que surgirem para responsabilizar todos os perpetradores de 6 de janeiro."