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Estado de Minas TEERÃ

Bloqueio de sites por parte dos EUA não ajuda negociações nucleares, diz Irã


23/06/2021 08:27

O governo do Irã advertiu, nesta quarta-feira (23), que o bloqueio por parte dos Estados Unidos de 33 sites iranianos, ou próximos ao país, "não é construtivo" para as negociações em curso sobre o retorno de Washington ao acordo sobre seu programa nuclear.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que "confiscou" 33 sites de veículos de comunicação controlados pelo governo iraniano, assim como três do grupo iraquiano Brigadas do Hezbollah (milícia xiita pró-Irã). Segundo Washington, estas páginas estavam hospedadas em domínios de propriedade americana, violando as sanções em vigor.

A televisão estatal iraniana acusou o governo dos Estados Unidos de reprimir a liberdade de expressão.

O gabinete da Presidência questionou o momento da medida, adotada durante as negociações para que Washington volte ao acordo nuclear firmado em 2015 entre Teerã e as principais potências mundiais.

"Utilizamos todos os meios jurídicos e internacionais ao nosso alcance (...) para condenar esta política equivocada dos Estados Unidos", declarou o chefe do gabinete do presidente iraniano, Mahmud Vaezi.

"Não parece construtiva, quando estão acontecendo as negociações para um acordo sobre a questão nuclear", completou.

No acordo de 2015, o Irã aceitava reduzir as atividades nucleares em troca de uma flexibilização das sanções impostas contra o país.

Em 2018, porém, o então presidente americano, Donald Trump, abandonou o pacto de maneira unilateral e voltou a impor sanções, o que levou o Irã a abandonar seus compromissos.

O sucessor de Trump, Joe Biden, expressou disposição de retornar ao acordo, e as partes - Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia - negociam desde abril em Viena.

- Mudanças de domínio -

Este último anúncio por parte dos Estados Unidos acontece depois que os iranianos escolheram o clérigo ultraconservador Ebrahim Raisi como presidente em eleições que o Departamento de Estado afirma que não foram livres, nem justas.

Nos sites dos principais meios de comunicação iranianos, como Press TV e Al-Alam - as principais emissoras em inglês e em árabe do país -, assim como no canal de televisão Al-Masirah, dos huthis no Iêmen, aparece uma mensagem que anuncia que a página "foi confiscada pelo governo dos Estados Unidos". Ao lado da mensagem, estão os símbolos do FBI (a Polícia Federal americana) e do Departamento de Comércio.

Os 33 sites estavam sob controle da União de Rádio e Televisão Islâmica do Irã (IRTVU), administrada pela Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).

Tanto a IRTVU como a IRGC foram incluídas na lista de sanções de Washington, o que torna ilegal que cidadãos e empresas americanas, assim como empresas estrangeiras com filiais nos Estados Unidos, façam negócios com elas, ou com suas sucursais.

As Brigadas do Hezbollah, grupo iraquiano proprietário de três sites bloqueados, são uma facção militar de linha dura com vínculos estreitos com Teerã, formalmente designada como "grupo terrorista" por Washington.

A matriz da Al-Alam, Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB), informou que outros domínios na web, como Palestine-Al Youm, uma emissora dirigida por palestinos, e um canal religioso e cultural em língua árabe, estavam bloqueados.

O governo dos Estados Unidos também bloqueou a LuaLua TV, canal dirigido por grupos da oposição com escritórios em Londres e Beirute, segundo um correspondente da AFP na região.

O IRIB acusou Washington de reprimir a liberdade de expressão e de unir forças com Israel e Arábia Saudita "para bloquear meios de comunicação pró-resistência que expõem os crimes dos aliados dos americanos na região".

Emissoras de televisão como Press TV e Al-Alam mudaram para domínios .ir, e os sites continuam acessíveis. Também permanecem presentes nas redes sociais, principalmente no Twitter, e suas transmissões continuam sem interrupção.

Um comunicado do Departamento de Justiça afirma que "IRTVU e outros grupos similares, disfarçados de organizações de notícias ou meios de comunicação, atacam os Estados Unidos com campanhas de desinformação e operações de influência maligna".


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