(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas EREVAN

Premiê vence legislativas na Armênia apesar de derrota militar ante o Azerbaijão


21/06/2021 17:40 - atualizado 21/06/2021 17:43

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinian, comemorou nesta segunda-feira (21) com milhares de simpatizantes a ampla vitória nas legislativas antecipadas celebradas no domingo na Armênia, derrotando aqueles que o culpam pela humilhante derrota militar contra o Azerbaijão no ano passado.

A aposta deste reformista de 46 anos, que chegou ao poder em 2018 após uma revolução pacífica contra as antigas elites consideradas corruptas, parece ter funcionado: ele consolidou seu poder após essas eleições, apesar da pressão de seus críticos, inclusive seus generais, após o desastre militar em Nagorno Karabakh em novembro de 2020.

Seu partido Contrato Civil obteve 53,9% dos votos, o que permitirá a continuidade de seu líder à frente do Executivo e a formação do governo sem a necessidade de aliança.

Seu principal rival, o bloco Armênia de Robert Kocharian, de 66 anos, recebeu 21% dos votos e se recusou a reconhecer os resultados ao denunciar "fraudes" e "falsificações previamente planejadas".

Uma multidão de famílias com crianças se reuniu nesta segunda-feira à noite na praça central de Erevan entoando "Nikol" e "Armênia".

"A crise política na Armênia acabou", declarou o primeiro-ministro, referindo-se à situação em que seu governo se encontrava após a derrota para o Azerbaijão.

"O povo deu à nossa equipe um mandato de ferro para cumprir a ditadura do direito e da lei", acrescentou, anunciando "a partir de amanhã" consultas com outras forças políticas para "construir uma nova Armênia juntos".

Segundo a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) nesta segunda-feira, essas legislativas na Armênia foram "competitivas e bem organizadas", a votação foi "transparente e a campanha eleitoral foi democrática, apesar de polarizada".

Nas eleições legislativas de 2018, Pashinian venceu com mais de 70% dos votos.

Muitos analistas temiam protestos e incidentes após uma campanha eleitoral tensa, com a polarização da sociedade armênia poucos meses após a derrota militar para o Azerbaijão no conflito de Nagorno Karabakh.

- A sombra da guerra -

A popularidade que Pashinian conquistou após sua "revolução" em 2018 caiu de repente depois que a Armênia foi derrotada na guerra contra o Azerbaijão em novembro de 2020.

Após seis semanas de combates que deixaram mais de 6.500 mortos, a Armênia teve de ceder territórios que controlava desde um confronto bélico nos anos 1990 por Nagorno Karabakh, uma região separatista do Azerbaijão habitada sobretudo por armênios.

Encarada como uma humilhação, a derrota provocou uma crise política na Armênia e obrigou Pashinian a convocar eleições legislativas antecipadas, com a esperança de reduzir a tensão e reforçar sua legitimidade.

Muitos antigos simpatizantes chamam-no de "traidor" por aceitar o cessar-fogo e, agora, inclinam-se para seus adversários.

Pashinian compareceu, nesta segunda-feira pela manhã, a um cemitério militar, para homenagear os soldados mortos e depositar flores em seus túmulos.

Sua clara vitória contradiz a única pesquisa disponível, segundo a qual seu partido obteria somente 25% dos votos, contra 29% para o de Kocharian.

Presidente de 1998 a 2008 desta ex-república soviética pobre, Kocharian já foi acusado em outras ocasiões de fraude eleitoral e é objeto de uma investigação por acusações de corrupção.

Além disso, quase 20 partidos participaram nessas eleições, o que demonstra a incapacidade de união da oposição.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)