(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TEERÃ

Candidato ultraconservador é eleito presidente do Irã


20/06/2021 08:33 - atualizado 20/06/2021 08:37

O ultraconservador Ebrahim Raïssi venceu a eleição presidencial iraniana com 61,95% dos votos no primeiro turno, segundo os resultados definitivos, anunciados neste sábado (19) pelo ministro do Interior, Abdolfazl Rahmani Fazli, um dia após a votação.

A participação foi de 48,8%, informou o ministro, a menor mobilização registrada para uma eleição presidencial desde a instauração da Repúlica Islâmica em 1979.

Por volta das 20h00 (12h30 no horário de Brasília), milhares de pessoas comemoraram sua vitória em Teerã ao som de um show pop religioso, constataram os repórteres da AFP.

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, comemorou neste sábado a eleição vencida por Raisi como uma vitória da nação contra a "propaganda do inimigo".

"Parabenizo o povo pela sua escolha (...). Sabemos quem obteve os votos suficientes nessas eleições e quem foi eleito hoje pelo povo", declarou Rohani, em um discurso televisionado.

Pouco antes da divulgação dos primeiros resultados oficiais, o atual presidente Hasan Rohani anunciou que havia um vencedor no primeiro turno.

"Parabenizo o povo pela sua escolha", declarou.

A gestão de Rohani foi prejudicada pelo fracasso de sua política de abertura após a retirada dos Estados Unidos em 2018 do acordo sobre o programa nuclear iraniano, assinado entre as grandes potências em 2015 em Viena.

Essa decisão de Washington e o restabelecimento de sanções punitivas posterior afundaram o país em uma recessão violenta, o que gerou duas ondas de protestos, em dezembro de de 2018 e em novembro de 2019, que foram violentamente reprimidas.

Embora venha de uma corrente política conhecida pelo seu caráter anti-americano e anti-Ocidente, Raisi lembrou durante sua campanha eleitoral que a prioridade, segundo a linha demarcada pelo Guia Supremo, é conseguir o levantamento das sanções americanas.

Neste sábado, os Estados Unidos lamentaram que "os iranianos foram negados de terem seu direito de escolher seus próprios líderes em um processo eleitoral livre e limpo", nas palavras de um porta-voz do Departamento de Estado, que acrescentou, porém, que seu país continuará participando das negociações sobre o programa nuclear iraniano.

- "Governo revolucionário" -

Raisi enfrentou três candidatos: o general Mohsen Rezai, ex-comandante-chefe dos Guardiões da Revolução - exército ideológico da República Islâmica -, o ex-presidente do Banco Central, Abdolnaser Hemati, e o deputado Amirhosein Ghazizadeh-Hashemi.

Mohsen Rezai ficou em segundo lugar, com 11,8% dos votos; Abdolnaser Hemati, em terceiro (8,4%) e Amirhosein Ghazizadeh-Hashemi, com 3,5% dos votos, em quarto.

Chefe da autoridade judicial, Raisi, de 60 anos, era o favorito para esta eleição devido à falta de concorrência após a desqualificação de seus principais adversários.

A campanha foi branda, com um clima de mal-estar generalizado entre os cidadãos devido à crise vivenciada por este país rico em hidrocarbonetos, mas submetido a sanções dos Estados Unidos.

Raisi se apresentou como o líder do combate à corrupção e defensor das classes populares que perderam poder aquisitivo pela inflação. Foi o único dos quatro candidatos que fez uma verdadeira campanha eleitoral.

Após a vitória, em uma declaração divulgada pela imprensa iraniana, Raisi se apresentou como "o servidor de toda a nação" e prometeu "criar um governo cuidadoso, revolucionário e anticorrupção" e "ampliar a justiça".

No exterior, os expatriados iranianos puderam votar nas embaixadas, principalmente nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido. Segundo a mídia iraniana, em alguns desses centros de votação foram registrados incidentes.

Raisi recebeu várias mensagens de felicitações do exterior, como a do presidente russo Vladimir Putin, de seu homólogo sírio Bashar al Assad, do presidente dos Emirados Árabes Unidos, xeique Khalifa bin Zayed al Nahyan, do movimento libanês pró-Irã Hezbollah e do movimento islamita palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza e que conta com o apoio de Teerã.

Sua eleição deve gerar "uma grande preocupação" no mundo, declarou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, que acusa o ultraconservador de ter um claro "compromisso com o programa nuclear militar" iraniano.

Reeleito em 2017 no primeiro turno justamente contra Raisi, que obteve então 38% dos votos, Rohani, um moderado que deixará a presidência em agosto, termina seu segundo mandato com um alto nível de impopularidade.

O presidente tem poderes limitados no Irã, onde o poder real está nas mãos do guia supremo.

Raisi está na lista de responsáveis iranianos sancionados por Washington por "cumplicidade em graves violações dos direitos humanos".

Twitter


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)