Um mês depois de uma parte das administrações destes aeroportos ter-se comprometido com a "neutralidade do carbono" a partir de 2030, duas décadas antes dos objetivos do setor, a entidade que os reúne, a ACI Europa, advertiu sobre o "efeito tesoura", que "vai limitar (seu) programa ambicioso" para reduzir as emissões de CO2.
A crise sanitária atingiu duramente o setor aéreo europeu. Em 2020, as receitas dos aeroportos despencaram 60%, com perdas de até 12 bilhões de euros (US$ 14,5 bilhões), segundo a organização.
A retomada do tráfego neste verão boreal (inverno no Brasil) será baixa e desigual, e o nível de frequência de voo de 2019 - ou seja, pré-pandemia - não deve voltar a acontecer antes de 2025, alertou a ACI Europa.
A recuperação não vai "colocá-los instantaneamente em uma situação financeira saudável, longe disso", alertou seu diretor-geral, Olivier Jankovec, citado em um comunicado.
"Os ganhos dos aeroportos continuarão sendo insuficientes para responder as necessidades de investimento e de pagamento das dívidas até pelo menos 2032", acrescentou a entidade.
Para a ACI Europa, seus membros receberam menos ajuda do que as companhias aéreas durante a crise.
"Os aeroportos não querem um tratamento de favor, devido à crise da covid-19, mas equidade, para que possam investir de forma prudente em suas infraestruturas (...) e respeitar seus objetivos ambientais", completou a federação.