Jornal Estado de Minas

PARIS

Recuperação da crise atual levará mais de uma década para aeroportos europeus

Os aeroportos europeus precisarão de mais de dez anos para se recuperar financeiramente da crise provocada pela pandemia da covid-19, em detrimento de seus investimentos na luta contra a mudança climática - anunciaram autoridades do setor nesta quinta-feira (17).



Um mês depois de uma parte das administrações destes aeroportos ter-se comprometido com a "neutralidade do carbono" a partir de 2030, duas décadas antes dos objetivos do setor, a entidade que os reúne, a ACI Europa, advertiu sobre o "efeito tesoura", que "vai limitar (seu) programa ambicioso" para reduzir as emissões de CO2.

A crise sanitária atingiu duramente o setor aéreo europeu. Em 2020, as receitas dos aeroportos despencaram 60%, com perdas de até 12 bilhões de euros (US$ 14,5 bilhões), segundo a organização.

A retomada do tráfego neste verão boreal (inverno no Brasil) será baixa e desigual, e o nível de frequência de voo de 2019 - ou seja, pré-pandemia - não deve voltar a acontecer antes de 2025, alertou a ACI Europa.

A recuperação não vai "colocá-los instantaneamente em uma situação financeira saudável, longe disso", alertou seu diretor-geral, Olivier Jankovec, citado em um comunicado.

"Os ganhos dos aeroportos continuarão sendo insuficientes para responder as necessidades de investimento e de pagamento das dívidas até pelo menos 2032", acrescentou a entidade.

Para a ACI Europa, seus membros receberam menos ajuda do que as companhias aéreas durante a crise.

"Os aeroportos não querem um tratamento de favor, devido à crise da covid-19, mas equidade, para que possam investir de forma prudente em suas infraestruturas (...) e respeitar seus objetivos ambientais", completou a federação.



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