"O crescimento regional está projetado em 5,2% em 2021. Esta é uma recuperação modesta após uma contração de 6,5% em 2020, mais profunda do que as recessões durante a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão", de acordo com o último relatório "World Economic Outlook".
Embora a recuperação econômica global tenha se acelerado, impulsionada pela ampla vacinação anticovid em países avançados, a região da América Latina e do Caribe é um dos dois mercados emergentes, junto com o Oriente Médio e Norte da África, onde o Produto Interno Bruto (PIB) real será menor em 2021 do que em 2019, de acordo com o BM.
Para 2022, a previsão de crescimento regional é de apenas 2,9%.
"Levará muito tempo para que grande parte da região se recupere totalmente e volte aos níveis de produção pré-pandemia. Projeta-se que o PIB per capita seja 1,5% menor em 2022 em comparação com seu nível em 2019", acrescentou o Banco.
O retorno será mais difícil para as economias dependentes do turismo, especialmente as nações insulares do Caribe, do que para os exportadores de matérias primas.
A América Latina e o Caribe são responsáveis por cerca de 30% das mortes confirmadas de covid-19 em todo o mundo e alguns países enfrentam uma disseminação em grande escala de variantes preocupantes do vírus.
O emprego melhorou na região, mas não voltou aos níveis anteriores à pandemia, com mulheres, jovens e trabalhadores informais e de baixa renda desproporcionalmente afetados pela perda de empregos.
E embora as redes de apoio à seguridade social tenham aumentado, as perdas de renda aumentaram a pobreza e a insegurança alimentar em muitos países.
- "Inquietação social" -
A projeção de crescimento para a América Latina e o Caribe em 2021 foi revisada para cima desde janeiro, mas a recuperação "ainda é fraca em relação a outras regiões de mercados emergentes e economias em desenvolvimento", alertou o Banco Mundial.
O Brasil, segundo país do mundo com mais fatalidades por covid-19 depois dos Estados Unidos, crescerá 4,5% neste ano, graças a uma nova rodada de pagamentos emergenciais às famílias e ao aumento do consumo.
A América Central terá um crescimento esperado de 4,8% em 2021 e de 4,5% em 2022, devido às remessas firmes em função do apoio fiscal adicional e da sólida recuperação nos Estados Unidos, além dos aumentos nos preços das matérias-primas e da chegada de turistas internacionais.
Para o Caribe, projeta-se um aumento da atividade de 4,7% neste ano.
"Em toda a região, a durabilidade da recuperação econômica depende em grande parte do controle da pandemia", enfatizou o Banco Mundial, observando que o ritmo total da vacinação em grande escala só será alcançado em 2022.
O risco, então, é que novas ondas de infecções, ou a ampla circulação de novas variantes da covid-19, atrasem a recuperação econômica, colocando ainda mais pressão sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados, assinalou.
E advertiu: "A frustração com o rigor e a duração das restrições de mobilidade relacionadas à covid-19, combinada com uma profunda desigualdade de oportunidades e uma percepção cada vez pior da eficácia dos governos ao longo do tempo, pode alimentar a inquietação social".
WASHINGTON