Depois de ver sua desvantagem se ampliar a mais de 100 mil votos, a candidata presidencial Keiko Fujimori denunciou nesta segunda feira (7/6), sem provas, uma suposta "fraude sistemática" nas eleições presidenciais do Peru, indicando uma série de supostas irregularidades que atribui ao partido Peru Libre, de seu rival Pedro Castillo.
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"Há uma intenção clara de boicotar a vontade popular", disse Fujimori, pedindo que denúncias de casos semelhantes sejam compartilhadas nas redes sob o slogan #FraudeEnMesa. "Não é que estejamos preocupados com a nossa candidatura, é com a defesa do futuro do nosso país", disse.
O candidato à vice-presidência na chapa de Fujimori, Luis Galarreta, disse na entrevista coletiva que uma família inteira, partidária de Castillo, compareceu à mesa de votação de uma das seções eleitorais. Além disso, ele destacou que têm mais de 1.200 atas contestadas, nas quais Fujimori lidera a votação.
Fujimori afirmou que ainda está otimista. "Sabemos que as atas que chegam de compatriotas no exterior precisam ser contadas e confiamos que a votação será equilibrada", disse ela.
Dias antes das eleições presidenciais de domingo, o assessor eleitoral do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Luis Martínez-Betanzos, disse à agência EFE que "não há nada nem ninguém que tenha prejudicado a credibilidade" do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) ou o Júri Eleitoral Nacional (JNE), os mais altos órgãos eleitorais do país.
"Vejo ataques dos dois lados, mas não há fraude. A fraude eleitoral em qualquer país só pode ser organizada e instruída pelo Executivo e aqui o governo está administrando (as eleições) de forma impecável e leal à democracia", disse o assessor.
Em vez disso, Betanzos apontou algumas informações publicadas "irresponsavelmente" pela mídia ou divulgadas nas redes sociais com ataques tanto ao JNE quanto ao ONPE com a pretensa intenção de minar sua credibilidade.
O JNE compartilhou no Twitter nesta segunda-feira um documento da Missão Observadora da União Interamericana de Organizações Eleitorais (Uniore) onde "reconhece que o processo eleitoral realizado em 6 de junho foi organizado corretamente e com sucesso de acordo com as normas nacional e internacional".
Em comunicado publicado na noite de segunda-feira, Castillo pediu que a ONPE "cuide da correta proteção de dados dos votos". Além disso, clamou para que ocorra "maior diligência" no cumprimento das funções. (Com agências internacionais).