Conhecido por sua participação na defesa de pessoas detidas no âmbito do conflito que há quatro anos confronta grupos separatistas anglófonos e o exército, o advogado Nicodemos Amungwa foi detido em 31 de maio em uma unidade da gendarmeria de Yaundé, onde atendia um cliente, segundo o HRW.
A minoria anglófona do noroeste e do sudoeste do Camarões rejeita a maioria francófona e o presidente Paul Biya, de 88 anos, há 38 no poder, por se sentir marginalizada, o que provocou um conflito mortal.
"Depois que Amungwa reivindicou uma violação do processo penal camaronês no caso de um cliente, a gendarmeria a cargo da investigação apreendeu o telefone (do advogado) sem ordem judicial, alegando que tinha tirado fotos" sem autorização, informou a organização.
"Ao procurar as supostas fotos, o gendarme encontrou outras fotos que documentam abusos militares supostamente cometidos nas regiões anglófonas do Camarões", acrescentou a HRW, citando os advogados de Amungwa.
O advogado permanece sob custódia na gendarmeria de Yaundé e seu pedido de liberdade sob fiança foi rejeitado por um tribunal militar.
YAOUNDÉ