"Kirill (Serebrennikov) não pode deixar o território russo", informou Dmitri Kharitonov, especificando que esta proibição vigorará até o final de uma sentença condicional a que seu cliente está sujeito.
O artista de 51 anos foi condenado no final de junho de 2020 a três anos de prisão condicional e uma multa por caso de desvio de verbas públicas.
Em agosto de 2017, ele foi preso e acusado de ter desviado cerca de 130 milhões de rublos (1,8 milhões de euros) entre 2011 e 2014.
Para seus apoiadores, ele foi punido por suas obras às vezes ousadas que misturam sexualidade, política e religião, quando o Kremlin defende um retorno aos "valores tradicionais".
Esse processo gerou uma onda de apoio internacional a Kirill Serebrennikov.
Os organizadores do 74º Festival de Cinema de Cannes anunciaram na última sexta-feira que seu último longa-metragem, "Petrov's Flu", disputará a Palma de Ouro.
O filme é uma adaptação de um romance do escritor russo Alexei Salnikov, no qual a triste vida cotidiana de uma família em Ecaterimburgo, uma cidade industrial dos Urais, dá uma guinada surreal quando os três membros contraem gripe.
O longa deve ser lançado na Rússia em 9 de setembro, segundo sua distribuidora, a Sony Pictures.
Após a notícia de sua indicação em Cannes, Kirill Serebrennikov disse estar muito "feliz" com a possibilidade de o filme ser visto no Festival, segundo nota divulgada por sua distribuidora.
"Eu não tinha planejado fazer este filme. Ele veio até mim, me cativou e eu me tornei um cativo com muito prazer. Veio em um momento muito difícil para minha vida", quase como "uma tábua de salvação", disse ele.
MOSCOU