Neste sábado (5), seu retrato foi colocado na fachada da prefeitura de Paris, diante do olhar de seu companheiro, Roland Marchal, preso no mesmo dia e libertado em março de 2020 em troca de um engenheiro iraniano, preso na França e ameaçado de extradição para os Estados Unidos.
"Dois anos depois, ainda não sabemos por que ela foi presa. Para pressionar a França e fazer chantagem para que os iranianos presos na Europa sejam libertados?", questiona seu comitê de apoio.
O Irã mantém atualmente uma dúzia de ocidentais, a maioria com passaportes iranianos, na prisão ou em prisão domiciliar.
Esses "reféns" são acusados de espionagem ou de atos que ameaçam a segurança do Estado, acusações que os afetados negam.
Os críticos do governo iraniano afirmam que estão sendo mantidos detidos apenas como moeda de troca e para obter concessões.
"Fariba Adelkhah nunca manteve uma atividade política, ela é uma prisioneira científica, privada de liberdade com base apenas em seu trabalho acadêmico", lembra seu comitê de apoio.
Especialista em xiismo e no Irã, essa pesquisadora de 62 anos foi condenada a cinco anos de prisão em maio de 2020 por ser uma ameaça à "segurança nacional" e por atividades de "propaganda" contra a República Islâmica.
Adelkhah permaneceu presa por um ano antes de ser colocada em prisão domiciliar em outubro de 2020 em Teerã. Ela usa uma pulseira eletrônica e não pode se distanciar mais de 300 metros de sua residência.
As eleições presidenciais de 18 de junho no Irã, para as quais o ultraconservador Ebrahim Raisi aparece como favorito, e as negociações para salvar o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano podem ter consequências para a prisão dessa pesquisadora.
Se o acordo for adiante, talvez a França possa "receber um agradecimento por seu papel positivo" nesta negociação, segundo analistas.
Mas outros, como Clement Therme, um especialista francês no Irã, estão menos convencidos. "A França dialoga com o Estado iraniano visível, com o presidente (Hassan) Rohani, e os reféns ainda estão na prisão", diz.
Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir "Putin, fala com a Guarda Revolucionária", o exército ideológico do Irã, e "os reféns russos não passam muito tempo na prisão", estima ele.