Jornal Estado de Minas

PARIS

Moretti, Serebrennikov, Penn e Audiard em competição oficial em Cannes

O 74º Festival de Cannes receberá 24 filmes em competição oficial em julho, incluindo os dos diretores italiano Nanni Moretti, americano Sean Penn, russo Kirill Serebrennikov e francês Jacques Audiard, anunciaram os organizadores nesta quinta-feira (3) em entrevista coletiva.



Eles se juntam a Leos Carax ("Annette", filme de abertura), ao americano Wes Anderson ("The French Dispatch") e ao holandês Paul Verhoeven ("Benedetta"), cujos nomes já haviam sido revelados.

Após seu cancelamento no ano passado devido à pandemia de covid-19, a maior competição cinematográfica do mundo será realizada entre os dias 6 e 17 de julho na cidade do sudeste da França.

Entre os 24 filmes que disputarão a Palma de Ouro, quatro são assinados por mulheres.

"Flag Day" de Sean Penn; "Tre Piani" de Moretti e "Petrov's flu" de Serebrennikov vão competir ao lado dos três filmes já anunciados.

Este ano, porém, não há nenhum filme dirigido por um cineasta ibero-americano. Na última edição, foram dois: "Dor e Glória", do espanhol Pedro Almodóvar, e "Bacurau", dos brasileiros Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.

Por sua vez, o tailandês Apichatpong Weerasethakul apresentará seu último trabalho, "Memoria", rodado na Colômbia e estrelado por Tilda Swinton e Jeanne Balibar.

Entre os filmes fora de competição, destaque para "De son vivant" de Emmanuelle Bercot com Catherine Deneuve, Cécile de France e Benoit Magimel. As filmagens tiveram que ser interrompidas após a internação de Catherine Deneuve.



Outro filme muito aguardado é "Stillwater", um thriller de Tom Mc Carthy rodado em Marselha com Matt Damon e Camille Cottin.

Na última edição, em 2019, a Palma de Ouro foi para "Parasita", do sul-coreano Bong Joon-ho.

"Ouvimos dizer que as salas de cinema iam morrer" com a pandemia, disse na coletiva de imprensa o delegado geral do Festival, Thierry Frémaux.

Mas "o afluxo de público após a reabertura dos cinemas na França e em outros países" provou o contrário, acrescentou. "E o Festival de Cannes é a segunda grande notícia para o cinema", defendeu.

Este ano, o festival terá uma nova mostra, intitulada "Cannes Premières". Esta seleção abrirá espaço para cineastas "confirmados" que já tenham sido selecionados para a competição.

Outra novidade: a criação de uma seção temporária dedicada às questões ambientais. O Festival anunciou em meados de abril uma série de medidas destinadas a reduzir sua pegada ambiental, bem como uma contribuição paga pelos jornalistas credenciados.

Na mostra paralela "Um Certo Olhar", destaque para "Noche de fuego", da mexicana Tatiana Huezo, e entre as especiais, "O Marinheiro das Montanhas" do brasileiro Karim Ainouz, premiado em 2019 em Cannes por "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão".



No total, a Seleção Oficial contemplará 61 filmes. A composição do júri, presidido pelo americano Spike Lee, ainda não foi revelada.

Logisticamente, Thierry Frémaux apelou à "prevenção" e "cautela", argumentando que a epidemia da covid-19 ainda não foi "derrotada".

O festival será realizado dois meses depois de suas datas habituais, coincidindo com o levantamento progressivo das restrições impostas na França pela pandemia.

Embora apenas metade dos 40.000 participantes diários que o festival costuma atrair sejam esperados, nenhuma limitação de capacidade está prevista nas salas.

Em contrapartida, será necessário um "passe sanitário" (comprovante de vacinação ou teste PCR negativo).

audima