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Estado de Minas PARIS

OCDE mais otimista sobre economia mundial mas adverte para 'ventos contrários'


31/05/2021 07:58

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) elevou nesta segunda-feira (31) suas previsões de crescimento mundial para 2021 (5,8%) e para 2022 (4,4%), ao mesmo tempo em que advertiu para o risco de uma recaída da economia pela persistência de "ventos contrários".

Apesar de ter destacado a solidez da recuperação, a OCDE, que inclui 38 países que representam 60% do PIB mundial, está preocupada com a lentidão da vacinação nos países pobres e com o nervosismo dos mercados financeiros.

A recuperação se confirma e, após uma recessão histórica em 2020, quando a economia mundial registrou contração de 3,5%, a OCDE prevê agora uma alta do PIB de 5,8%, "a maior taxa desde 1973", afirmou a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, em uma entrevista coletiva.

"Se a vacinação acelerar e as pessoas gastarem o dinheiro que pouparam, o crescimento pode ser ainda maior", completou.

Para 2022, um ano em que a maioria das economias deve retornar aos níveis de 2019, a instituição prevê crescimento de 4,4%. Em março, a organização projetava crescimento mundial de 5,6% este ano e de 4% para o próximo.

"Os governos administraram quase dois bilhões de doses de vacinas, e nunca antes em uma crise havíamos observado políticas públicas tão rápidas e eficazes, tanto em termos de saúde como de desenvolvimento de vacinas, ou em termos monetários, fiscais, ou financeiros", destaca Laurence Boone no relatório.

Há muitos sinais positivos, como o aumento da produção industrial, a forte recuperação do comércio mundial de mercadorias e o aumento do consumo depois dos confinamentos.

- "Ventos contrários " -

"Porém, muitos ventos contrários persistem", adverte a OCDE. Em particular, "até que a grande maioria da população mundial seja vacinada, todos continuaremos à mercê do surgimento de novas variantes".

Novos confinamentos abalariam a "confiança" e muitas empresas, "antes bem protegidas, mas muitas vezes sobrecarregadas com uma dívida elevada, podem ir à falência", alerta Boone.

"Há pouca cooperação internacional e o resultado é que as perspectivas de recuperação são muito desiguais", lamentou o secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría, que participou em sua última coletiva no posto.

Sob seu mandato, a organização internacional, que durante muito tempo havia se limitado a elaborar informes, ganhou influência e virou um organismo de negociação multilateral, especialmente no âmbito fiscal.

A organização, com sede em Paris, afirma que a recuperação é frágil e "desigual". Prevê crescimento de 8,5% na China, e de 6,9%, nos Estados Unidos, dois países que já retornaram aos níveis anteriores à pandemia, mas de apenas 2,6% no Japão, e de 3,3%, na Alemanha.

Na América Latina, a instituição prevê que o Brasil vai crescer 3,7% em 2021; o México, 5,0%; a Argentina, 6,1%; o Chile, 6,7%; e a Colômbia, 7,6%.

"A OCDE seguirá defendendo com firmeza um enfoque multilateral para acabar com a pandemia em todo o mundo", disse Gurría, que completou 15 anos no cargo.

Outro risco identificado pela OCDE é o nervosismo dos mercados financeiros, preocupados com as altas inflacionárias e que, segundo a instituição internacional, são apenas um fenômeno temporário ligado à recuperação econômica.

"Acreditamos que a inflação deve diminuir em 2022", disse Boone, ao reconhecer que está preocupada "com a volatilidade dos mercados financeiros, que teria consequências para as economias desenvolvidas e emergentes, ao provocar uma fuga de capitais".


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